26 out, 2015 - 22:50 • Ana Carrilho
O Sistema de Informações e Segurança (SIS) reuniu-se com os hoteleiros. O objectivo foi alertar para eventuais problemas de segurança com hóspedes.
A revelação foi feita esta segunda-feira pelo presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Luís Veiga, no congresso que decorre em Évora.
“Eles estão preocupados que haja problemas de insegurança. Devemos antecipar e eles querem que os hoteleiros saibam, nomeadamente em Lisboa, que têm que contar e estar atentos a eventuais sinais de insegurança. Esses sinais de insegurança são maiores quando não há qualquer comunicação ao SEF de turistas, entre aspas, de nacionalidade estrangeira”, sublinha Luís Veiga.
Para os hotéis, o controlo pode ser mais fácil, já que dispõem de software que permite comunicar ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) quem são os seus hóspedes, mecanismo que não existe no alojamento local.
Bernardo Trindade, ex-secretário de Estado do Turismo e membro da direcção da AHP, perguntou às autoridades se era possível estender essa preocupação ao alojamento local.
“A resposta foi taxativa: ‘não, isso é impossível controlar’. Isso levanta questões, mais do que turísticas, de interesse nacional, que é como saber se estamos por esta via a fomentar práticas não só economicamente destrutivas como, inclusivamente, que põem em causa a segurança dos cidadãos”, disse Bernardo Trindade aos jornalistas.
Este é apenas mais um argumento da Associação da Hotelaria de Portugal contra o que consideram ser a excessiva liberalização do chamado alojamento local, promovida pelo secretário de Estado do Turismo, Mesquita Nunes.
Visto como concorrente desleal da hotelaria tradicional, é-lhe apontado o facto de não cumprir as mesma as regras a que os hotéis estão sujeitos, a todos os níveis, desde a higiene e segurança até às taxas e impostos, um tipo de alojamento que cresce cada vez mais em Portugal. Mais de 20 mil já estão registados.