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Mísia canta “Para Amália”

26 out, 2015 - 18:57

Tributo em versão dupla inclui versões e quatro inéditos inspirados na diva do fado.

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A fadista Mísia presta tributo a Amália Rodrigues com um duplo CD, que vai ser lançado na sexta-feira, totalmente dedicado à diva.

A homenagem, intitulada "Para Amália", conta com as participações do actor Rogério Samora e das cantoras Maria Bethânia e Martirio.

Mísia explica que um CD apresenta-se "mais profundo, tem mais gravidade, tem mais peso filosófico, pois canta a vida e a morte". É composto por nove fados do repertório de Amália, entre eles "Amor sem casa", que conta com a participação do actor Rogério Samora, "Tive um coração, perdi-o", "Prece", "Romance", "Vagamundo" e "Rasga o passado".

O outro CD é "mais solar", inclui poemas de tributo à criadora de "Povo que lavas no rio", de autoria da própria Mísia, de Amélia Muge, Mário Cláudio e Tiago Torres da Silva. Inclui as participações especiais de Maria Bethânia, com quem Mísia interpreta "Amália sempre e agora", e Martirio, com quem partilha a interpretação de "Maria la portuguesa", um tema de Carlos Cano, que o gravou com Amália.

Este disco inclui ainda um tema de folclore, "Rosinha da serra d`Arga", e quatro inéditos inspirados em Amália, e que "é uma maneira de continuar a escrever a biografia da Amália".

Os inéditos são "Amália sempre e agora", "Madrinha de nossas vidas", "Uma lágrima por engano" e "Amália que não existo".

O alinhamento deste CD inclui ainda dois temas do repertório amaliano: "À janela do meu peito" e "Fado Amália".

Mísia, que tinha este projecto em mente “há muito tempo”, considera que o “contributo enorme” de Amália para o fado “podia ter ficado mais claro quando foi declarado património imaterial e da humanidade".

"A verdade é que eu achei, quando o fado foi declarado património imaterial da humanidade, que o contributo enorme de Amália não ficou claro, e podia ter ficado. Amália não precisa que ninguém a defenda, mas eu senti necessidade de fazer este duplo CD."

Em declarações à agência Lusa, Mísia refere que percorreu um "caminho inverso ao que se costuma fazer, que é começar cantando temas da Amália", apesar de "pontualmente ter cantado" e gravado temas da fadista, como "Lágrima" ou "Fado do ciúme".

"No início da minha carreira, achei melhor não me aproximar [do repertório] de Amália, que, tal como Edith Piaf ou Billie Holiday, tem territórios que são delas. E, agora, senti que estava mais preparada, que anteriormente, para saber construir um repertório que fosse `amaliano`, mas pegando nos temas que fossem de raiz, especialmente os poemas que Amália escreveu, que são muito importantes", afirma Mísia.

Referindo-se às escolhas dos temas de Amália, Mísia diz que não são apenas as coisas de que mais gosta, pois prefere a Amália ao piano, a que "canta os grandes sentimentos da alma humana e da nossa fragilidade", mas não quis fazer apenas um álbum exclusivamente com os seus temas favoritos, daí ter seleccionado um tema de folclore e "À Janela do meu peito", de Alberto Janes, para dar uma perspectiva do repertório de Amália Rodrigues (1920-1999).

Mísia sublinha que se aproximou do repertório de Amália, não para se aproveitar nem "para a imitar", mas antes para o retomar "com respeito e amor".

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