18 out, 2015 - 12:57
Mais de 14% dos votos das legislativas de 4 de Outubro, aproximadamente 762 mil, não contaram para a eleição de deputados por serem considerados excedentes pelo método que Portugal utiliza neste sufrágio.
Após o apuramento geral dos resultados eleitorais nos 22 círculos eleitorais do país, 14,65% dos votos não contaram para a eleição de deputados, metade dos quais nas quatro maiores forças políticas (PSD/CDS-PP,PS, BE e CDU (que junta PCP e PEV).Como funciona o método de Hondt?
O método aplica-se mediante a divisão sucessiva (por 1,2,3,4,5...) do número total de votos obtidos, por cada candidatura, sendo que os maiores quocientes que resultarem das divisões operadas resultam em mandatos. O processo de divisão prossegue até se esgotarem todos os mandatos disponíveis no círculo. Em caso de empate, o mandato vai para o partido com menos votos.
É por esta razão que no decorrer das operações de colocação de mandatos existem votos excedentários. .
Por exemplo, no distrito de Portalegre votaram 59.004 e foram eleitos dois deputados, um para o PS e o outro para o PSD. O PS obteve 25.037 votos e o PSD/CDS-PP 16.303. Após o cálculo do método de Hondt conclui-se que o PS teve um excedente de 8 734 votos e o PSD/CDS-PP 3 785. Contabilizando os votos de todas as forças políticas neste círculo, 28.159 votos não tiveram representação em mandatos.
Outra particularidade deste método é o facto de os deputados serem eleitos com diferentes quantidades de votos, dependendo do círculo eleitoral em que estão inscritos.
Por exemplo, o primeiro deputado eleito pelo círculo de Lisboa, o primeiro-ministro em exercício, Pedro Passos Coelho, precisou de 399.520 votos e o secretário-geral do PS, António Costa, foi eleito, em segundo lugar por Lisboa, com 386.354 votos.
Já o socialista Diogo Rodrigues, o 47.º e último deputado do círculo de Lisboa, foi eleito com cerca de 21.mil votos.