Tempo
|
A+ / A-

Perseguição religiosa. "Só uma intervenção musculada" poderá pôr fim à tragédia

16 out, 2015 - 15:52 • Rosário Silva

Arcebispo de Évora alerta para uma "tragédia inumana com tendência a crescer ainda mais”.

A+ / A-

Preocupado com “as graves situações de perseguição de muitos milhares ou mesmo milhões de seres humanos, por motivos religiosos, e não apenas na Europa”, o arcebispo de Évora diz que o mundo está a assistir a “um fenómeno completamente novo, de contornos incontroláveis”.

D. José Alves falava no final de tarde de quinta-feira, dia em que a fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) inaugurou a sua nova delegação que abrange todo o sul do país, no Convento de Santa Clara, em Évora.

“Digamos que se trata de uma tragédia inumana com tendência a crescer ainda mais” referiu o prelado para quem “só uma intervenção musculada dos organismos internacionais poderá por fim a semelhante agressão injusta e injustificada”.

D. José Alves lembrou, ainda, que além dos que “dão a vida pela fé, muitos milhares de famílias ficam privadas de todos os seus bens. Os que não morrem nem são presos, são obrigados a fugir para fora do seu próprio país de origem”.

Na cerimónia de inauguração da nova delegação da fundação AIS em Évora, o arcebispo sublinhou que entre todas as situações conhecidas de perseguição a minorias religiosas no mundo, “sobressai” a que atinge as comunidades cristãs ultrapassando “notoriamente o número de mártires dos primeiros séculos do cristianismo”.

No encontro estiveram ainda o bispo George Dodo, de Zaria, na Nigéria, e a irmã Annie Demerjian, de Alepo, na Síria, que se encontram em Portugal a convite da Ajuda à Igreja que Sofre para darem testemunho, na primeira pessoa, da experiência da perseguição aos cristãos e da sobrevivência das comunidades assoladas por atentados e pela guerra.

“Perante tão graves situações suportadas por irmãos nossos, não podemos ficar indiferentes. Todos somos convidados à oração intensa e à partilha de bens” acentuou D. José Alves que anunciou que “a próxima renúncia quaresmal, destinar-se-á a ajudar os refugiados que vierem a ser encaminhados para Portugal e outros cristãos que se encontrem em graves dificuldades”.

O Convento de Santa Clara

O convento de Santa Clara era um dos muitos existentes em Évora e que ficaram devolutos após a expulsão das ordens religiosas do território português, em 1834. A igreja sempre permaneceu aberta ao culto, mas por causa da diminuição do número de residentes no centro histórico da cidade, deixou de se celebrar o culto de forma habitual na igreja situada perto da sede da paróquia de Santo Antão.

Por estar habitualmente fechada, quando o Museu de Évora entrou em obras de restauro e remodelação geral, a diocese cedeu temporariamente o espaço para ficarem expostas um conjunto de peças de arte que fazem parte do acervo do Museu, para que público pudesse, assim, apreciar algumas dessas peças.

Terminadas as obras, o Museu foi reaberto ao público e a igreja foi desocupada mas continuou fechada. Contactado pela AIS, para a instalação, em Évora, de uma delegação, D. José Alves decidiu ceder a igreja de Santa Clara, como ele próprio referiu pelo facto de “oferecer melhores condições, quer pela beleza e dimensão do espaço disponível quer pela localização privilegiada, em pleno centro histórico, a poucos metros da Praça do Giraldo, sala de visitas desta cidade de Évora, agraciada pela UNESCO com o galardão de Património da Humanidade”.

Para instalação da sede regional da AIS foram efectuadas obras de conservação para melhoria das condições de habitabilidade no interior da igreja.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • r
    31 out, 2015 de curotiba 19:37
    Resaremos pelos cristaos persseguidos
  • Luis
    16 out, 2015 Sul 16:49
    É aborrecido, não é? Imaginem como ficam os Sportinguistas com a vossa rádio em relação ao Sporting...
  • Luis
    16 out, 2015 Sul 16:47
    É aborrecido, não é? Imaginem como ficam os Sportinguistas com a vossa rádio em relação ao Sporting.

Destaques V+