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Como melhorar o rendimento escolar? Adaptar horários ao ritmo do sono

09 out, 2015 - 13:27

Neurologista dá como exemplo os EUA, onde os resultados dos alunos melhoraram quando decidiram começar as aulas mais tarde. "Os miúdos estavam mais despertos, conseguiam trabalhar melhor".

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O neurologista Alexandre Castro Caldas defende que o rendimento académico dos alunos pode ser melhorado se o horário escolar for adaptado ao ritmo de sono dos adolescentes, que se deitam mais tarde.

O especialista exemplificou que nos Estados Unidos os resultados dos alunos melhoraram quando decidiram começar as aulas mais tarde. "Os miúdos estavam mais despertos, conseguiam trabalhar melhor. É preciso perceber os horários de sono dos adolescentes", afirmou o director do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa.

No entanto, defendeu que as medidas não devem ser replicadas de forma universal: Primeiro "é preciso ver o que as escolas estão a fazer" e estudar a realidade de cada país.

As neurociências e a educação é o tema que Castro Caldas leva no sábado ao Congresso Mundial de Educação, iniciado hoje em Lisboa por iniciativa do sector privado.

De acordo com o neurologista, as ciências do cérebro devem contribuir para melhorar o ensino, sendo este um dos temas mais em foco no mundo actual. Além de perceber os ritmos de sono dos adolescentes e adequar o horário escolar, pode também contribuir para melhorar o rendimento dos alunos a presença de actividades na escola como teatro e a música.

Estimular a memória

"As pessoas trazem a ideia de que é preciso introduzir muito cedo os computadores na escola, mas Portugal é dos países com mais computadores e se calhar não é o mais correcto, porque Portugal não é dos que tem melhores resultados", disse.

Para Castro Caldas, é preciso "perceber a importância do teatro e da música nas escolas", uma vez que o exercício da memória e a concentração também se trabalham por aí.

"O teatro, por exemplo, é uma forma de estimular a memória é preciso decorar um texto", referiu.

Turmas grandes não é o melhor

A dimensão das turmas tem também o seu papel. "Turmas grandes não é o melhor modelo, é preciso uma maior proximidade entre o aluno e o professor. Num país com tantos professores, isso não deve ser um problema", sustentou.

"É preciso que os miúdos percebam que têm dentro da cabeça um computador muito melhor do que qualquer outro", afirmou, defendendo aqui a importância do papel do professor.

O congresso é dedicado tema "A Nova Educação na Era Digital". Durante dois dias, estarão em Lisboa vários agentes do sector, mas também convidados de outras áreas como o sociólogo Zigmunt Bauman, Prémio Príncipe das Astúrias.

Comentários
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  • 09 out, 2015 15:52
    Deviam fazer o mesmo com os que trabalham arduamente...

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