Merkel e Hollande, como Kohl e Miterrand 26 anos depois

O “Público” dá conta esta manhã do discurso histórico de Angela Merkel e de François Hollande ontem no Parlamento Europeu. Os dois líderes lançaram um apelo emotivo ao fim das divisões na União Europeia e o Presidente francês referiu mesmo que a forma como a crise dos refugiados está a ser gerida pode fazer o continente regressar ao estabelecimento de fronteiras e isso é o fim da Europa.

A presença da Chanceler alemã e do Presidente francês no Parlamento Europeu foi uma mensagem muito clara. De resto, foi a primeira vez que tal aconteceu desde 1989, quando Helmut Kohl e François Miterrand foram ao Parlamento de Estrasburgo, dias depois da queda do Muro de Berlim.

O “Diário de Notícias” destaca o consenso, Merkel e Hollande estão juntos pelos refugiados e contra o conflito sírio. O “El Pais” afirma que Berlim e Paris alertam para o risco de respostas nacionalistas para a crise dos refugiados. O “Le Monde” destaca a afirmação de Merkel que disse, perante os eurodeputados, que “o sistema de asilo na Europa é obsoleto”.

Há outro tema na imprensa esta manhã: o escândalo na Volkswagen. O “Financial Times” escreve que a Europa vai adiar o prazo para a entrada em vigor dos testes reais às emissões de gases dos carros a gasóleo. Segundo conta o jornal, os responsáveis dos Ministérios dos Transportes dos vários países da União Europeia discutiram em Bruxelas propostas da Comissão Europeia que devem adiar para 2019 a realização dos testes com condução real. Esta legislação foi aprovada em 2007, mas o "lobby" dos fabricantes de automóveis tem vindo a adiar a implementação.

O “Diário de Notícias” dá conta ainda das críticas de David Cameron à União Europeia. No discurso na conferência anual dos Conservadores, o Primeiro-ministro britânico confidenciou que não tem qualquer relação romântica com a União Europeia, que “é demasiado grande, mandona e metediça”. O líder dos Conservadores promete um combate duro com Bruxelas e o referendo sobre a permanência do Reino Unido na UE está marcado para 2017.

O “Diário Económico” fala na TAP e garante que Bruxelas afasta uma nova análise ao processo de venda da companhia aérea. A associação cívica pediu ao regulador para reabrir o processo, mas Bruxelas vai responder “Não”.