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​Naufrágio na Figueira. Sindicato da Polícia Marítima quer inquérito à operação de socorro

07 out, 2015 - 16:58

Missão desta polícia não é fazer salvamentos no mar, lembra. O que “falhou no sistema” ao ponto de ter sido necessária a intervenção de pessoal que estava de folga?

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A Associação Sócio-Profissional da Polícia Marítima (ASPPM) quer que seja aberto um inquérito à operação de socorro, desencadeada na sequência do naufrágio de terça-feira na Figueira da Foz.

O presidente da associação, Miguel Soares, diz que há um equívoco nas queixas que têm sido dirigidas à Policia Marítima. “O agente da Polícia Marítima residente nas proximidades, que, estando de folga, se muniu de uma mota de água e conseguiu salvar duas vidas”, lembrou à Renascença.

Miguel Soares questiona o que “falhou no sistema” ao ponto de ter sido necessária a intervenção de pessoal que estava de folga. “Isto tem de ser apurado, se calhar através de um inquérito para que haja uma garantia de segurança para as pessoas e saibam com que é que contam quando estão no mar”, afirma.

Em defesa dos profissionais da Polícia Marítima, Miguel Soares recorda que não é aquela força que tem a competência legal para fazer busca e salvamento no mar.

“A Polícia Marítima, enquanto força de segurança, tem as suas missões direccionadas para a segurança de pessoas e bens, nos mesmos termos que as congéneres, GNR e PSP, que igualmente dispõem de meios náuticos”, acrescentando que estes “profissionais não podem abandonar as suas funções policiais cada vez que há um naufrágio, para suprir as falhas do sistema”.

Autoridade Marítima vai analisar caso

A Autoridade Marítima vai fazer uma análise interna à operação de busca e salvamento. "Nós temos uma análise interna muito rigorosa para analisar o procedimento do empenhamento operacional e a forma como a operação foi realizada. Porque isso para nós funciona, também, como lições aprendidas", disse à agência Lusa Nuno Leitão, porta-voz da Autoridade Marítima.

Frisando que a busca e salvamento "não é uma ciência exacta", Nuno Leitão afirmou que um dos objectivos da análise interna é "poder observar os procedimentos que foram adoptados e avaliar o correto processo em termos de operação".

O responsável da Autoridade Marítima assumiu que se na análise que for feita forem detectadas falhas "serão imputadas responsabilidades" e a Marinha possui "processos internos" para o fazer.

Nuno Leitão disse ainda que Portugal "é um dos países do mundo com melhor taxa de sucesso" nas operações de busca e salvamento: "Andamos nos 98% de sucesso, os Estados Unidos têm menor taxa do que nós".

A Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar já se queixou da demora na operação de salvamento ao naufrágio do “Olívia Ribau”.

Na terça-feira à noite, o arrastão naufragou ao largo da Figueira da Foz, provocando a morte e pelo menos uma pessoa. Há ainda quatro pescadores desaparecidos e duas pessoas foram resgatadas com vida.

Está agendada para esta quarta-feira, para as 18h30, uma manifestação silenciosa em frente às instalações da Capitania do Porto da Figueira da Foz, pretende contestar a actuação dos meios de socorro.


Comentários
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  • Maria
    07 out, 2015 Figueira da Foz 20:46
    Segundo o que percebi não é prioridade da PM salvar vidas ou ñ é a principal atividade desta autoridade nesse caso só o fazem no 'intervalo' das suas verdadeiras funções , desculpem lá nestes casos que se lixem as borocracias . Quer-mr parecer que para além de burros os Portugueses estão a ficar insensiveid ou será que se em vez do arrastão com gente da terra tivesse sido o cruzeiro do sábado passado as coisas ñ teriam sido de forma diferente
  • Maria
    07 out, 2015 Azores 19:33
    Correcto
  • Pescador no prato!
    07 out, 2015 Caxinas 19:12
    Mas qual sindicato qual carapuça, isso vai dar tudo em nada! Se fosse um pé rapado que não tivesse prestado o auxilio devido estava phodido para sempre, assim...! Independentemente de tudo, e todos tiveram culpa a começar pelos pescadores, é um crime deixar morrer as pessoas..., à porta de casa!

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