07 out, 2015 - 13:00
O Banco de Portugal considerou esta quarta-feira que “é exequível” que o défice orçamental fique abaixo dos 3% do PIB este ano, o que permitiria a saída do país dos défices excessivos.
Sem calcular um valor, os técnicos sublinham, no Boletim Económico de Outubro, que vai ser necessário um desempenho excepcional das contas públicas na segunda metade deste ano, mas acreditam que tal é possível.
O Governo prevê um défice de 2,7% este ano, mas o FMI e o Conselho das Finanças Públicas manifestaram, esta terça-feira, dúvidas sobre esse valor.
As projecções do Banco de Portugal apontam para um crescimento da economia de 1,7%, uma recuperação "moderada", nas palavras da instituição, mas "consistente", e ligeiramente acima das previsões do Governo.
Segundo o boletim económico de Outubro, a evolução positiva fica a dever-se ao consumo das famílias, que mantém uma trajectória de crescimento, mas também às exportações, que deverão registar um novo aumento este ano.
O saldo da balança comercial, ou seja, a diferença entre exportações e importações, mantém-se positivo, mas foi revisto em ligeira baixa.
Também o investimento contribuiu para o crescimento da economia, mas em menor grau.
O
Banco de Portugal destaca, contudo, riscos e desafios para a economia e
que podem ter efeitos nas projecções, como o menor crescimento global, a
diminuição da população activa e a necessidade de cumprir os compromissos
europeus.