07 out, 2015 - 08:53 • João Cunha
A Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar queixa-se de demora na operação de salvamento ao naufrágio do arrastão Olívia Ribau, ocorrido na terça-feira, na Figueira da Foz.
Em declarações à Renascença, José Festas, daquela associação, classifica a situação como “uma vergonha”. “É mesmo uma vergonha. Lamento dizer isto, mas é uma vergonha estar uma hora e tal sem aparecerem os meios para socorrer os homens que estavam por cima da água.”
Um corpo foi resgatado sem vida e dois outros pescadores foram salvos por uma mota de água da Polícia Marítima. Quatro homens continuam desaparecidos.
O porta-voz da Autoridade Marítima Nacional, comandante Nuno Leitão, rebate estas acusações. “Nestas alturas, as pessoas ficam mais nervosas, falam sem pensar, mas aquilo que posso dizer é que a celeridade daquilo que foi possível aplicar neste tipo de operação resultou em salvar duas vidas”, declara.
“Naturalmente”, continua o porta-voz, “estar a empregar embarcações com hélices nesta zona era um risco muito acrescido, estavam muitos barcos de pesca a circular, estávamos com condições muito adversas de mar, com rebentação na zona e sem visibilidade nenhuma.”
“Quando dizemos que demorou uma hora, ou meia hora ou 45 minutos, isso não é neste momento um factor de preocupação para nós”, remata Nuno Leitão.
Para José Festas, esta justificação "não chega”. O dirigente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar diz: "E se perguntasse ao porta-voz da Marinha se os salva-vidas estavam em condições de sair? Isso é que se deve perguntar. Os meios têm de seguir para o local, se depois chegam lá, isso é outra questão.”
“O problema é que os meios não chegaram a sair do local. Isto é que se tem de dizer. Toda a gente está indignada com isto, inclusive a Pró-Maior, e não vamos deixar cair isto em barca rota”, garante José Festas.
“Vamos apurar quem foi responsável por não saírem os meios, e porquê", remata.