07 out, 2015 - 02:18 • Raquel Abecasis
O PS representa uma “ameaça à democracia” se não viabilizar uma solução governativa estável, defende o ex-conselheiro presidencial Joaquim Aguiar, em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença.
“O Partido Socialista neste momento é, de facto, uma ameaça à democracia se não souber encontrar a solução democrática que permita ter um Governo estável, coerente e capaz de fazer as reformas necessárias”, argumenta o economista e especialista em Sociologia Política.
A coligação PSD/CDS ganhou as eleições legislativas de domingo sem maioria e o PS deve integrar o novo Governo, recomenda Joaquim Aguiar.
“Num conselho de ministros em que esteja o PS, o CDS e o PSD, a qualidade da decisão aumenta drasticamente, porque não têm o problema da crítica parlamentar se um deles estiver de fora”, argumenta o analista político.
Em entrevista à Renascença, Joaquim Aguiar considera que esta é a única tábua de salvação para o Partido Socialista que, se não o fizer, fica como “o partido gillette”.
“O problema com as gillettes, que cortam para os dois lados, é como é que a gente transporta a gillette, porque corre o risco de, ao pegar nela, cortar-se para os dois lados. Ora, o Partido Socialista de tanto se apresentar como partido gilette, que corta para um lado e corta para o outro, é capaz de ficar sem nada para fazer.”
Nas negociações para a formação do novo Governo, Joaquim Aguiar defende que devem estar incluídas as próximas eleições presidenciais, ou seja, os três partidos devem apresentar um candidato comum. Quem? Não responde.