07 out, 2015 - 01:57 • Celso Paiva Sol
Numa operação conjunta desencadeada esta terça-feira, a Polícia Federal brasileira e a Polícia Judiciária portuguesa desmantelaram um grupo que vendia ilegalmente sinal de uma operadora portuguesa de televisão.
O servidor principal estava nos arredores de Lisboa. Além do Brasil, esta “TV por cabo” ilegal já estava a ser vista em vários países europeus.
O esquema, conhecido por “cardsharing”, não é nenhuma novidade para as autoridades nacionais, mas desta vez apresenta uma nuance: a internacionalização do crime.
Tudo indica que começa numa localidade da margem Sul do Tejo, onde dois irmãos portugueses tratam da descodificação ilegal das chaves de acesso a uma operadora nacional.
O sinal é depois enviado via satélite para o Brasil, para França, para a Suíça e para o Luxemburgo, países para onde são também exportadas ilegalmente as caixas necessárias para a captação desse sinal.
No Brasil, a Polícia Federal detectou o esquema há pouco mais de dois meses e já tem cerca de 10 mil clientes identificados, espalhados por cidades de 16 estados.
Cada um paga cerca de 33 reais por mês, o equivalente a cerca de 7,5 euros.
Na operação desencadeada esta terça-feira em cidades como Porto Alegre e São Paulo, a polícia brasileira deteve nove pessoas, entre as quais está um dos portugueses suspeito de estar na origem deste esquema.
O delegado Alexandre Isbarrola, da Polícia Federal brasileira, disse à Renascença que o português agora detido tinha um papel central nesta rede.
“É o técnico responsável pela operação do servido no Brasil. É uma figura central, era o técnico de toda esta operadora de televisão pirata que agora descobrimos.”
Em simultâneo, a Polícia Judiciária portuguesa realizou também uma operação na região de Lisboa, durante a qual procedeu à constituição de um arguido, um cidadão português que alegadamente colabora com esta rede.