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“Se queriam pressionar o sínodo, podem desiludir-se”, diz patriarca

04 out, 2015 - 16:02 • Aura Miguel ,em Roma

D. Manuel Clemente, em Roma, reage à polémica de um padre polaco, funcionário da Congregação para a Doutrina da Fé, que se assumiu como homossexual e exige que a Igreja mude a sua posição sobre este tema.

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As pessoas que vão estar no sínodo já têm “muitos anos disto” e não se deixam pressionar por actos como o do padre polaco que no sábado se assumiu como homossexual, exigindo mudanças no ensinamento da Igreja sobre esta questão.

“O momento leva-nos a especular que há sobretudo uma pressão indevida sobre os membros do sínodo”, diz o patriarca.

“Mas se é essa a ideia podem desistir dela, porque os membros do sínodo são pessoas que já cá andam cá há algum tempo, são pessoas amadurecidas, os próprios casais e as famílias que participam no sínodo são protagonistas de outra ideia e de outra vivência da sexualidade e da conjugalidade, por isso ser era essa a ideia, podem desiludir-se”.

A admissão do padre Charamsa, que era funcionário da Congregação para a Doutrina da Fé, subsecretário da Comissão Teológica Internacional e ainda professor na Universidade Gregoriana, leva D. Manuel Clemente a realçar a “contradição absoluta” em todo este caso.

“Escusamos de estar a gastar adjectivos com estas coisas, porque já as gastámos todas. Isto é uma contradição absoluta com aquilo que ele, como padre, se comprometeu a fazer, quando fez votos de celibato, mas também com a sua missão. Afinal, era colaborador de uma comissão que tinha como objectivo defender e promover a fé e os costumes na visão cristã e católica das coisas. Há aqui uma contradição muito grande.”

Reforço da família

No dia do arranque do sínodo dos bispos dedicado aos temas da família, D. Manuel Clemente dá conta da importância dos trabalhos do sínodo no sentido do reforço da realidade familiar num quadro que nem sempre é favorável á união das famílias.

“O Papa está muito atento a todos estes factores de desagregação social e comunitária. O que é preciso é reforçar esta primeira aprendizagem social que é a família de cada um, e que as próprias sociedades dêem à família o valor primordial que ela tem de ter para o bem e futuro dessas mesmas sociedades”, diz D. Manuel. “Se nós, como cristãos, também acreditamos nisso, temos de estar na primeira linha do reforço da realidade familiar, do seu acompanhamento e da sua preparação.”

Parte da crise que afecta a família deve-se ao facto de hoje ser possível um “percurso individual como não era noutros tempos”.

“Por isso é que o reforço da realidade familiar, do seu valor, da sua importância, da sua urgência é que é a vocação da família e é também a sua missão”, diz o patriarca de Lisboa.

D. Manuel Clemente participa no sínodo em representação da Conferência Episcopal Portuguesa, juntamente com mais de 260 outros bispos. O sínodo começou este domingo com uma missa e termina no dia 25 de Outubro.

Comentários
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  • Mariana da Câmara
    06 out, 2015 Lisboa 01:05
    É na complementaridade da diferença entre homem e mulher que nasce o equilíbrio necessário à estabilidade familiar, fundamental ao adequado crescimento dos filhos e sua educação. Da natureza da maternidade humana decorre a ligação indissolúvel que une cada filho a sua mão e que a ambos influencia, para o bem ou para o mal, ao longo das suas vidas. Destas duas realidades decorre a necessidade da família: o pai que trabalha para que a mãe possa cuidar dos filhos enquanto pequenos. Por isso, na esmagadora maioria das vezes, a realização da mulher casada decorre da maternidade, enquanto que a masculina se concretiza na vida profissional. Importa educar crianças, adolescentes e jovens sobre a verdadeira dimensão destas realidades e no respeito devido a cada uma das dimensões: - feminina e masculina, para que devidamente informados possam traçar as suas vidas conscientemente e em liberdade.
  • Álvaro de Jesus
    04 out, 2015 Porto 18:42
    Não, Senhor D. Manuel Clemente! Ainda não vistes nem dissestes tudo sobre esse tema. Para vós é um tema fora do contexto, quando para DEUS... tudo é Contexto. Vereis isso muito brevemente.
  • Madala
    04 out, 2015 évora 16:55
    Vi a noticia ontem no jornal da noite da sic e pasmei quando a locutora utilizou a palavra "escândalo". Já escrevi à sic a dizer que se o padre se declarasse homossexual mas vivendo no celibato ainda vá que não vá, mas aparecer junto do "companheiro" já é demais. Que é que queria? Foi mesmo para dar espectáculo e achincalhar o nome da Igreja, que não vai tremer com esta brincadeira do ex padre. Lamento sim a atitude dos média dado que uma notícia sobre a Católica vende-se. Como se nas outras Igrejas e nas inúmeras seitas não houvesse pedófilos, homossexuais, etc.

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