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Desmantelado esquema paquistanês de imigração ilegal em Portugal

02 out, 2015 - 13:17 • Celso Paiva Sol

Foram detidas seis pessoas na "Operação Bouquet". O esquema, que podia custar entre 400 e 1.500, prometia aos imigrantes uma regularização temporária.

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Após uma investigação de dois anos, os ministérios públicos de Portugal e França acreditam ter desmantelado uma rede que trazia paquistaneses de toda a Europa para Lisboa. A troco de algumas centenas de euros, passavam a ficar ligados a Portugal.

A rede é paquistanesa e trabalhava quase maioritariamente com cidadãos da mesma nacionalidade, que se encontravam espalhados pela Europa em situação irregular.

Seis paquistaneses foram detidos nesta operação conjunta do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e das autoridades francesas, relacionada com o transporte de imigrantes ilegais para Portugal. Cinco das detenções ocorreram em França, tendo, em Portugal, o SEF detido um homem, de 33 anos, na sequência de buscas ao seu domicílio e viatura, ao abrigo de mandados judiciais.

O esquema prometia-lhes uma regularização temporária em Portugal, contudo, a grande vantagem oferecida era que se alguma vez estivessem em risco de serem expulsos de um país da União Europeia, não o seriam para o país de origem, mas para Portugal.

É que a documentação – falsa ou falsificada – com que conseguiam obter uma autorização de residência temporária em Portugal dava-lhes uma verdadeira ligação ao país.

O SEF tem indícios de que o esquema serviu largas centenas de paquistaneses.

A rede garantia o transporte por via terrestre até Lisboa, em viaturas ligeiras e monovolumes, onde tinham à espera todos os documentos necessários para a regularização. Como por exemplo, provas de pagamentos à segurança social, recibos de ordenado ou comprovativos de outros descontos e obrigações legais.

Ainda era garantida a viagem de regresso ao país onde viviam, estando identificados casos no Reino Unido, na Bélgica, Áustria, Alemanha, França, Itália e Espanha.

Os preços variavam. Para quem estava na Alemanha, por exemplo, o esquema podia custar entre 400 e 700 euros; no Reino Unido entre os 800 e os 900 euros; para quem vinha da Áustria entre os 1.200 e os 1.500 euros.

A "Operação Bouquet" foi desencadeada com o acompanhamento das agências europeias EUROPOL e EUROJUST, numa primeira fase em França.

Comentários
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  • 02 out, 2015 20:37
    E do Bangladesh e Marrocos em caldas da rainha estufas?

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