02 out, 2015 - 12:24 • Maria João Costa , Marília Freitas
Apesar de não ter resposta por parte de António Costa, o Bloco de Esquerda mantém-se disponível para uma eventual coligação e entendimentos pós-eleitorais com o PS.
“As pessoas recordarão que, logo no início, quando houve debates, eu falei muito claramente a António Costa da disponibilidade e da grande determinação do Bloco de Esquerda em criar as condições para que exista um Governo que salve Portugal”, afirma em entrevista à Renascença.
“O Bloco de Esquerda é o partido que vai defender salários, pensões e sustentabilidade do Estado Social e é com esse mandato que estaremos, seja fazendo parte do Governo, estando na oposição. Nenhum voto no Bloco de Esquerda faltará ao compromisso, mas também não fará parte das soluções que prevêem mais austeridade”, defende a coordenadora do partido.
Segundo Catarina Martins, a opção é muito clara. “As pessoas sabem que, no domingo, se votarem na coligação de direita estão a votar para que o empobrecimento do país continue, porque eles não aprenderam nada”. Por outro lado, “sabem que o Partido Socialista, dizendo que quer romper com a austeridade, tem no seu programa a redução das pensões, a facilitação de despedimentos e a descapitalização da Segurança Social”.
Votar no Bloco de Esquerda é “o voto mais seguro, porque “não fecha as portas a nenhuma solução, desde que se proteja o emprego, a Segurança Social e as pensões”.
“Cada voto no Bloco de Esquerda vai eleger um deputado ou uma deputada que tem três balizas fundamentais: proteger o emprego, respeitar as pensões (porque quem trabalhou toda uma vida tem direito às suas pensões por inteiro) e não alterar as condições essenciais do Estado Social em Portugal, nomeadamente com o financiamento da Segurança Social cortando na TSU, porque o contrato intergeracional é a solidariedade em que se baseia a democracia”, aponta.
Para Catarina Martins, o grande desafio das próximas eleições “é combater a abstenção, porque muitas pessoas, desiludidas com a política que tem sido seguida, abstêm-se, não tendo noção de que a abstenção é, de facto, um voto para que fique tudo na mesma”.
O apelo da bloquista é, por isso, que “mesmo quem esteja desiludido com as políticas, não desista da democracia, porque é a única forma de ultrapassar a crise”.
Nesta entrevista à Renascença, a coordenadora do Bloco reconhece que o partido passou por tempos mais complicados, mas recuperou, apresentado propostas que “respondem aos problemas concretos das pessoas”.
“A política ou se dirige à vida concreta das pessoas ou não serve para nada”, defende Catarina Martins.