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​UGT estranha sondagens favoráveis à coligação depois de “quatro anos de pancada”

01 out, 2015 - 16:48

Líder sindical estranha comportamento dos eleitores, após uma legislatura repleta de dificuldades para os portugueses e lembra que existem dois milhões de pobres em Portugal.

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O secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT) mostra-se surpreendido com o facto de as sondagens darem a vitória das eleições de domingo à coligação PSD/CDS.

Em Paris, à margem dos trabalhos do Congresso da Confederação Europeia de Sindicatos, o socialista Carlos Silva disse à Renascença que estranha esse comportamento dos eleitores, depois de uma legislatura repleta de dificuldades para os portugueses

“Tenho alguma estranheza como é que o povo português levou pancada durante quatro anos e está disposto a manter a confiança num governo que cortou salários, pensões, reduziu a concertação social a um diálogo de surdos, bloqueou a negociação colectiva, mesmo que se diga que foi por imposição do FMI”, diz.

Ainda assim, o líder da UGT garante que a central sindical está disponível para negociar com qualquer governo que saia das eleições. O desbloqueamento da contratação colectiva, o aumento do salário mínimo, pensões e protecção social são prioridades que a UGT quer discutir a curto prazo.

Carlos Silva confessa que viu com agrado o facto de tanto Passos Coelho com António Costa afirmarem que algumas destas questões serão remetidas para a concertação social.

Salários baixos que geram pobres

O secretário-geral denunciou a existência de dois milhões de pobres em Portugal, muitos deles trabalhadores.

"Temos em Portugal dez milhões de pessoas, dois milhões são pobres. Entre os pobres, há os jovens, os idosos, e também os trabalhadores, pessoas activas que são pobres porque o salário delas não é um salário decente", declarou Carlos Silva, defendendo "um salário mínimo em toda a Europa".

O secretário-geral da UGT falava na conferência de imprensa durante o 13º Congresso da Confederação Europeia de Sindicatos, que começou a 29 de Setembro e que termina esta sexta-feira, a 2 de Outubro, na Maison de la Mutualité, em Paris.

"Portugal tem dois milhões de pobres, está com uma dívida pública elevada, está com um défice elevado, para além das nossas expectativas, continuamos com uma alta taxa de desemprego, temos uma emigração tremenda nos últimos quatro anos. Temos de perguntar o que é que nós queremos quando, depois de quatro anos de austeridade, o nosso país está confrontado ainda com situações de tremenda injustiça social", declarou Carlos Silva à agência Lusa.

Comentários
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  • JoseGomesLisboa
    02 out, 2015 Lisboa 21:31
    É muito simples, a democracia portuguesa chegou à fase adulta!! só o ps é que não percebe. O costa está tão obcecado pelo poder, que mesmo que perca quer governar!!
  • João Martins
    02 out, 2015 Braga 10:48
    Mas não era este que ficava satisfeito com a "falsa" baixa do desemprego em Portugal?
  • Alex Silva
    02 out, 2015 Lisboa 10:25
    Anda aqui muita malta de direita que ainda não percebeu que o regabofe e a boa vida continua mas só para determina élite que pupula nesses partidos. O ajustamento foi feito à conta de trabalhadores, reformados e do pequeno comércio. Por isso o Secretário geral da UGT refere, e muito bem, que só um povo masoquista é que voltaria a eleger esta coligação. Quem o critica infelizmente deve ser por concordar que devemos continuar a levar porrada. Tristes...
  • petervlg
    02 out, 2015 Valongo 09:38
    As dificuldades que se passou neste 4 anos é por culpa do PS das governações anteriores, nunca mais na minha vida voto PS. Este líder da central sindical ugt, quer é tacho e muitos "bu..." para pagar a mensalidade sindical e benéficos nenhuns
  • Pedro Cabral
    02 out, 2015 Portugal 08:09
    Com gente desta como é que o País pode ser melhor? Se todos nós sabemos da grave crise económica e financeira que se abateu sobre Portugal em 2011, em boa medida por culpa dos governos Socialistas do senhor Pinto de Sousa, que impôs uma governação sem visão de futuro, despesista e corrupta, como é que alguém tem o desplante de falar com esta leviandade da "Ressaca depois da festa" como se esta não existisse. Infelizmente Portugal continua em crise e vai continuar por muitos mais anos se não mudarmos de paradigma porque a verdadeira crise, aqui e por este mundo fora, reside no défice de moral e de ética. Enquanto imperar a falta de verdade a crise permanecerá.
  • lia
    02 out, 2015 lisboa 01:37
    estranho porquê? a UGT acha que tanta gente se engana ? mas se fosse ao contrario achava também estranho? não duvidem de coisas que sao feitas com seriedade
  • Serrano
    02 out, 2015 Guarda 00:02
    O líder da UGT devia ser mais sério porque sabe bem que o atual governo e os portugueses herdaram dos governos socráticos a situação de desastre económico que todos conhecemos e sentimos. Parece que os eleitores conhecem melhor o que aconteceu no País do este senhor líder.
  • ZédoNabão
    01 out, 2015 Tomar 23:58
    Eu também!.. Não percebo a atitude dalguns tugas. Depois de termos um (des)governo que encheu os cofres com dinheiro arrancado à força dos bolsos dos pobres Portugueses, mentido em todos os sentidos e atirando cerca de 3 milhões para o limiar da pobreza, será que vamos ter que aguentar esta gente por mais 4 anos? Eu não acredito!... Acredito sim que Portugal é de esquerda -Votos do PS, BEsquerda e CDU ultrapassam sempre os 55%- e que as sondagens estão a ser manipuladas, como manipuladas foram na Inglaterra, Grécia, etc.. Esperar para ver.
  • Anibal Alves
    01 out, 2015 Tires 23:54
    Estranhar o quê! Projetando as sondagens sobre uma grelha que favoreça os índices que EU pretenda realçar, obtenho os resultados que me agradam apresentar. Mais interessante ainda é projetar as abstenções, votos em branco e indecisos, a valorarem os relatórios que me foram encomendados, para darem a indicação da vitória no meu contratante. Induzindo assim os de mente fraca (orientáveis) a votarem no meu projeto, por falta de opções supostamente credível. Acordai PORTUGAL.
  • Armando
    01 out, 2015 Porto 23:08
    É impressionante constatar o espanto de um dos agentes sociais que mais auxiliou as políticas do actual governo. É caso para exclamar: "é preciso ter uma lata!"

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