01 out, 2015 - 11:13 • André Rodrigues , Inês Rocha
Há sempre margem para o diálogo, mas o PS que não conte com a CDU para apoiar as políticas vigentes. Em entrevista à Renascença, o líder comunista Jerónimo de Sousa diz que o Partido Socialista não dá resposta perante a necessidade de uma ruptura, e que, assim, não pode haver entendimento à esquerda.
“O que nós consideramos, de uma forma clara, é que não temos uma concepção de um programa 'mínimo'. Esta questão para nós é muito importante: se ou Partido Socialista está ou não disposto a romper com este caminho para o desastre e encetar um caminho novo de uma política que corresponda aos interesses nacionais”, aponta o secretário-geral do PCP.
“Antes de qualquer selecção pontual e específica, esta é a primeira grande resposta que tem que ser dada e o Partido Socialista não a dá. Não a dá”, frisa.
“Quando se fala do apelo ao voto útil no PS, a questão que se coloca sempre é: Para quê? No essencial, para fazer o mesmo. Com as suas propostas e o seu programa referem-no claramente. Pois então, isso, não peçam à CDU”, sublinha.
O candidato da CDU às legislativas ressalva “que sempre existe e existirá margem para diálogo”.
“Nós estamos sempre disponíveis para um diálogo sincero, mas com substância, com objectivos, e não a procura de um diálogo ou de uma convergência que pense apenas no poder e não pense na política e na vida das pessoas”, aponta.
Nesta entrevista à Renascença, Jerónimo de Sousa estabelece um objectivo: superar os 7,9% de votos conseguidos em 2011 e que se traduziram na eleição de 16 deputados. “Estamos profundamente confiantes que isso se vai concretizar no dia 4 de Outubro.”
“Nós não quantificamos”, acrescenta. “Consideramos que, a partir dos 7,9%, cada décima, cada deputado e cada voto vai ter de ser conquistado a pulso. Nesse sentido, nós estabelecemos um plafonamento e mantemos esse objectivo: mais votos, mais deputados."