25 set, 2015 - 20:17
Pedro Santana Lopes diz que há cada vez mais voto oculto a pesar sobre as sondagens pré-eleitorais. O antigo primeiro-ministro faz uma reflexão genérica sobre o tema, comentando a forma como as sondagens foram contrariadas pelos resultados eleitorais nas legislativas no Reino Unido e agora na Grécia.
"Continuo muito critico dos métodos utilizados nestes estudos. Agora há algo que é detectável hoje em dia: as pessoas calam-se cada vez mais. Dizem que estão indecisos ou que não votam. Cada vez há mais abstenção e quem vota cada vez mais se cala e não diz que vota ou troca o voto. É o chamado voto oculto. Estou convencido que também há em Portugal em dose considerável. Por uma razão ou outra, as pessoas não quiserem dizer [em quem votam]", afirma Santana Lopes no programa "Fora da Caixa" da Renascença, onde debate semanalmente temas europeus com António Vitorino.
"Talvez aqueles que preferem mais a segurança, não gostem tanto de falar. Mas às vezes pode haver, imagine por exemplo em Portugal, pode haver várias pessoas que sempre votaram à direita e queiram votar PS e não querem dizer. Ou pode haver os que não querem dizer que votam no Governo, por achar que o Governo fez muita maldade e não o querem dizer...", admite o antigo líder do PSD.
Santana diz que é ainda cedo para saber se há uma tendência comum na Europa, anotando que este comportamento dos eleitores não parece estar alinhado com famílias políticas. " Agora na Grécia, por exemplo, não sei se muitos não disseram que não votariam no Syriza como acabaram por fazer. No Reino Unido, foi ao contrário, com muitos a dizerem que não votariam nos conservadores", exemplifica.
Um ponto parece claro para Santana Lopes. "A ciência política tem que estudar isto. É uma realidade nova. Nunca se viu tanto falhanço em sondagens em tantas eleições".