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Meca: Desobediência dos peregrinos pode estar na origem da tragédia

25 set, 2015 - 14:18

Debandada matou mais de 700 pessoas e fez 863 feridos. O Irão acusa Arábia Saudita não sabe gerir aquela que é a maior concentração anual de pessoas no mundo.

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O ministro da Saúde da Arábia afirmou que a debandada seguida de esmagamento, que mataram mais de 700 pessoas na peregrinação a Meca, terão sido causados pelo incumprimento, por parte de alguns peregrinos, das instruções dadas pelas autoridades.

Num comunicado divulgado esta sexta-feira no site do Ministério, Khalid al-Falih, afirma que está em curso uma investigação para apurar o que terá acontecido naquele que é considerado o pior desastre em 25 anos neste encontro anual em Meca.

“A conclusão das investigações sobre o esmagamento que ocorreu em Mina, que poderá ter sido causado pela desobediência de alguns peregrinos em seguir instruções relevantes dadas pelas autoridades, serão rapidamente divulgadas, tal como aconteceu de outras vezes”, afirma.

O incidente ocorreu quando dois grupos grandes de peregrinos terem chegado juntos a um cruzamento em Mina, a poucos quilómetros de Meca, para se dirigirem à sessão de “apedrejamento do diabo”, em Jamarat.

A tragédia provocou 863 feridos que foram transferidos para hospitais dos arredores. Mas se necessário, serão ainda transportados para outras unidades do país.

O rei Salman, da Arábia Saudita, ordenou uma revisão dos planos previstos para a peregrinação.

Irão indignado

O Irão, país rival da Arábia Saudita, expressou já a sua indignação pela morte de 131 dos seus cidadãos no maior encontro anual de muçulmanos e, em Teerão, alguns políticos sugeriram que Riade é incapaz de gerir tamanho evento.

Os comentários desta sexta-feira do ministro da Saúde da Arábia Saudita foram interpretados como uma tentativa desresponsabilização. A segurança durante a peregrinação a Meca é um tema muito sensível à dinastia saudita, uma vez que se apresenta internacionalmente como guardiã do Islão ortodoxo e dos seus lugares sagrados – Meca e Medina.

Mas com fotografias de corpos empilhados a circular pela imprensa, torna-se mais difícil encobrir os factos e apontar culpas a outros, aumentando a probabilidade de o caso assumir um cariz também político.

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