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Este vinho é para comer

23 set, 2015 - 19:15 • Olímpia Mairos

Empresa de Chaves prepara-se para levar os vinhos portugueses para as colheres de consumidores mundiais. Na forma de caviares, trufas e geleias.

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Uma empresa de Chaves prepara-se para lançar no mercado produtos inovadores, confeccionados a partir do vinho. Caviar de vinho do Porto, geleia de vinho Touriga Nacional ou uma trufa de moscatel de Favaios são apenas alguns dos produtos produzidos em Alfândega da Fé para conquistar o palato de consumidores exigentes, que gostem de experiências novas e apreciem vinho.

A ideia “surgiu durante um jantar em que todos os convivas estão a beber vinho e eu pergunto-me: ‘porque não comer vinho, um dos produtos que marca Portugal e a nossa origem?”, explica à Renascença o coordenador do projecto.

O conceito começou a maturar e Ricardo Correia foi “à procura do parceiro ideal” para o concretizar. Encontrou-o em Alfândega da Fé. É ali que reside há cerca de dois anos o chef António Mauritti, que trocou a capital pelo interior do país, onde se tem dedicado a desenvolver projectos relacionados com os produtos locais.

Imaginação, criatividade, inovação

Os novos produtos - caviares, geleias e trufas - resultaram da aplicação de técnicas avançadas de cozinha molecular (como a esferificação) ao vinho, “um ingrediente que em Portugal apresenta uma qualidade extraordinária”.

“Temos três gamas de produto. O mais inovador, sem dúvida, são os caviares de vinho que, no fundo, são pequenas esferas que conseguem encapsular todo o sabor do vinho, gerando uma experiência única e original ao consumidor”, revela à Renascença Ricardo Correia.

Há caviares de vinho do Porto, Moscatel, Pinot Noir e Chardonnay. As trufas são de Vinho do Porto, Moscatel, Carbernet Sauvignon, Syrah e Touriga Nacional. As geleias de Vinho do Porto, Syrah, Chardonnay e Touriga Nacional.

“Tudo aquilo que nós fazemos tem um aspecto inovador, tecnologicamente muito avançado, são novas técnicas de gastronomia, todavia são totalmente manufacturadas”, acrescenta o chef Mauritti.

E a pedido da Renascença, o chef Mauritti explica como se chega ao caviar.

“O caviar, no fundo, é uma geleia. Nós reduzimos o álcool do vinho, fazemos uma adição muito pouca de açúcar, enriquecemos com cálcio e fazemos submergir num banho gelificante. Quando as gotas caem dentro desse banho fazem uma membranazinha duma geleia muito fina, que encapsula lá dentro o vinho e, por isso, ficamos com uma bolinha com vinho lá dentro para degustarmos”, conta.

Para consumidores que não queiram ficar pelo copo

Os novos produtos Wine to Eat destinam-se ao mercado gourmet nacional e internacional.

“É uma marca que está pensada na exigência e no requinte do consumidor de alta gama, dos segmentos mais elevados, português e europeu”, avança Ricardo Correia, lembrando que se trata de “produtos sofisticados, que recorrem a técnicas avançadas de cozinha, embora feitos de forma artesanal”.

“Estamos a pensar em consumidores exigentes, que não queiram ficar pelo copo, e queiram ter experiências de consumo agradáveis”, acrescenta.

A aposta no imediato passa por levar os novos produtos a França, Suíça e Países Nórdicos e aos poucos ir conquistando novos mercados.

De resto, Ricardo Correia já tem reuniões agendadas para a próxima semana em França e na Suíça.

Depois, a Sapientia Romana quer apostar em mais produtos feitos à base de vinho, de forma a potenciar “uma das riquezas do nosso país e ir ao encontro de consumidores que apreciem experiências novas e momentos únicos”.

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