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​Passos: Divulgação de carta é um “tiro pela culatra”

16 set, 2015 - 13:32

Líder do CDS-PP também já se pronunciou. Paulo Portas cita Mário Soares para lembrar que não há dúvidas que foi o PS a chamar a troika.

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O presidente do PSD afirmou esta quarta-feira que a divulgação de uma carta sua sobre o pedido de ajuda externa é um tiro saído pela culatra que só embaraça o secretário-geral socialista, mostrando a situação dramática de 2011.

"Quem entendeu fazer a divulgação desta carta nesta altura pensando que me podia causar um grande embaraço, causou foi um grande embaraço líder do PS", afirmou Pedro Passos Coelho aos jornalistas à chegada a uma conferência sobre economia social para apoiantes da coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP), que decorre em Cascais.

O também primeiro-ministro reagia à divulgação de uma carta sua, escrita em 2011, enquanto líder da oposição, ao então primeiro-ministro José Sócrates, em que Passos diz que, se o governo da época considerar necessário, não deixará de apoiar o recurso a mecanismos financeiros externos.

"Vir agora recordar passados quatro anos que a casa estava a arder, que estávamos na iminência de poder não ter dinheiro no multibanco e o governo poder não ter dinheiro para pagar salários e pensões e que o líder do principal partido da oposição que eu era na altura se comprometeu a ajudar o governo a pedir a ajuda que fosse necessária para poder enfrentar uma crise de uma proporção gigantesca, como foi aquela que nós recebemos, só pode ver hoje o tiro sair-lhe pela culatra e achar que me embaraça a mim", afirmou Passos Coelho.

A carta foi publicada na edição desta quarta-feira do jornal “Público”.

Portas cita Soares

O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, também já se pronunciou sobre esta missiva. Portas citou o antigo Presidente da República Mário Soares para responder à "polémica sobre quem chamou a `troika`" e defendeu que "a negação" dos socialistas é um "sinal de risco".

"Estar em negação absoluta, estar a convencer o país de que não foram eles a chamar a `troika`, nem a criar as condições para a `troika` chegar, que não foram eles a levar a dívida até 110% ou a deixar o défice em 11%, tomem cuidado. Este estado de negação, não perceber o que aconteceu em 2011, é um sinal de risco, de que, se pudessem, podiam repetir o mesmo erro em 2015", afirmou Paulo Portas.

O líder centrista começou por citar Mário Soares: " Abre aspas' Tive uma discussão gravíssima com ele [José Sócrates], queria que ele pedisse o apoio e ele não pedia, passei duas ou três horas com ele, discutimos brutalmente mas amigavelmente, depois o ministro das Finanças [Teixeira dos Santos] também interveio e ele [Sócrates] acabou por ceder perante a evidência da necessidade do apoio'", citou.

"A frase é de Mário Soares e foi dita no dia 17 de Fevereiro de 2012, suponho que encerra essa matéria", sublinhou o também vice-primeiro-ministro, na abertura de uma conferência sobre economia social para apoiantes da coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) que decorre em Cascais.

Para o presidente do CDS, esta discussão é "um bocadinho surrealista" porque os factos são "evidentes", mas considerou que o "mais grave" é os socialistas não reconhecerem os erros e não darem garantias de prudência em matéria de défice e de dívida.

Comentários
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  • Os comentarios
    16 set, 2015 lx 21:55
    ficam na gaveta? Mais vale acabarem com isto!
  • o maior problema
    16 set, 2015 pt 21:27
    é acreditar e levar a serio um farsola mentiroso! Passos Coelho é um verdadeiro "artista" de contar mentiras! Melhor é impossivel! É por isso que, desta vez, não tem o meu voto! E estou arrependido de ter acreditado nele em 2011! À primeira todos caiem, à segunda cai quem quer e não estiver no seu perfeito juizo! O que ele tem feito nesta campanha é igual ou pior à de 2011! É preciso ter lata!
  • Zeca
    16 set, 2015 Ponte-de-Sor 18:56
    Foste apanhado noutra patranha!!!! Mas isto já nem é notícia. Elas são tantas. Dia 4/10 acertamos contas.
  • João Lopes
    16 set, 2015 Viseu 18:16
    Se não fosse a Troyca não havia dinheiro, uma vez que o governo do partido socialista, chefiado pelo primeiro-ministro-irresponsável, o Sr. José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, atualmente em prisão domiciliária, deixou o País na miséria; é "muito grave os socialistas não reconhecerem os erros e não darem garantias de prudência em matéria de défice e de dívida”…
  • Joao Paulo
    16 set, 2015 Lisboa 17:46
    PC nunca exigiu nada...“Nestas circunstâncias, entendo ser meu dever levar ao seu conhecimento que, se essa vier a ser a decisão do Governo, o Partido Social Democrata não deixará de apoiar o recurso aos mecanismos financeiros externos, nomeadamente em matéria de facilidade de crédito para apoio à balança de pagamentos.”
  • fanã
    16 set, 2015 aveiro 17:41
    Lembro-me de uma frase prenunciada por este Sr...."não me importo de governar com a Troika", estamos conversados!
  • Alberto
    16 set, 2015 Funchal 16:17
    O PS, desesperado para vencer, até é capaz de dizer que descobriu que Cristo era gay.
  • Paulo jaime
    16 set, 2015 Abóboda - Cascais 14:03
    A fugir com o rabo à seringa.... ninguém põe em causa a origem do pedido . O que esta carta vem demonstrar é que o 1º ministro sempre se colocou no papel de acusador e de quem não tinha nada a ver com o assunto . falsidade e hipócrisia não lhe falta , quem não concorda com algo nunca se manifesta a dar o apoio . O PEC IV era muito menos gravoso e dispensava a Troika , a pópria Chanceler Merkel dava o apoio ao programa , mas o PSD chumbou ( eu também chumbava por coerência ) mas o oportunismo é assim......

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