Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Uma em cada cinco crianças institucionalizadas sofre de deficiência

16 set, 2015 - 09:54 • André Rodrigues

Estudo do Observatório da Deficiência e dos Direitos Humanos encomendado pelo Parlamento Europeu admite que o problema pode estar subavaliado.

A+ / A-

O número é preocupante. Uma em cada cinco crianças institucionalizadas sofre de deficiência, mas a estatística pode mascarar um problema bem mais complexo.

Paula Campos Pinto, coordenadora do estudo do Observatório da Deficiência e dos Direitos Humanos, fala de uma realidade delicada, porque “muitos destes problemas são do foro psíquico e, tratando-se de crianças, esse tipo de situação passa muitas vezes despercebida, logo não é devidamente diagnosticado nem tem o acompanhamento que deveria ter”.

Por isso, esta especialista acredita que estaremos a falar de um problema “subavaliado, muito embora a estatística conhecida seja, por si só, bastante alarmante”.

Portugal supera todos os recordes de institucionalização de menores face à média europeia. O quadro agrava-se no caso das crianças com deficiência. Paula Campos Pinto lembra que “a legislação em vigor prevê reavaliações periódicas” das institucionalizações, além da criação de “condições, quer no meio familiar, quer na comunidade para a reinserção dessas crianças no seu contexto natural de vida, que é a família”.

Na maior parte dos casos, “isso não acontece”. Será um sintoma do preconceito social face à deficiência. “Revela que há ainda alguma rejeição por parte das famílias adoptantes em adoptar crianças que tenham algum tipo de problema. Ainda há sentimentos negativos face à deficiência na sociedade portuguesa.”

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+