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Oficial. Venda do Novo Banco falha. Nova tentativa só com novo Governo

15 set, 2015 - 17:00 • Sandra Afonso

O Banco de Portugal justifica a decisão com o preço que estava a ser oferecido, abaixo do valor justo do banco e as condições externas que estavam a prejudicar o negócio.

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A venda do Novo Banco falhou, anunciou o Banco de Portugal em comunicado divulgado esta terça-feira. O regulador vai lançar novo concurso nos próximos meses e admite vender a mais do que um comprador.

As negociações com os chineses das Fosun foram concluídas sem sucesso. Ainda foram feitos contactos com os norte-americanos da Apollo, mas sem qualquer concretização.

O Banco de Portugal decidiu fechar o processo e começar tudo de novo, depois das eleições, já com novo Governo. Ao que a Renascença apurou, o concurso foi cancelado na segunda-feira.

O Banco de Portugal justifica a decisão com o preço que estava a ser oferecido, abaixo do valor justo do banco e as condições externas que estavam a prejudicar o negócio: a queda do mercado chinês, a crise na Grécia e a especulação sobre os testes de stress, uma vez que os resultados só são conhecidos em Novembro.

O supervisor acredita que, ao adiar o concurso, vai conseguir uma proposta melhor pelo Novo Banco. Ainda segundo fonte próxima do processo, o novo procedimento de venda deverá ser lançado entre o final deste ano e o início do próximo.

Desta vez quase todos os cenários são possíveis. Ao contrário do primeiro concurso, que obrigava os candidatos a comprarem o banco por inteiro, agora o Banco de Portugal admite vender apenas a maioria do capital e ficar com uma percentagem para alienar mais tarde.

Além da venda parcial, a dispersão em bolsa é outra possibilidade que será equacionada.

A mesma fonte garante à Renascença que os três candidatos que chegaram à fase final mostraram interesse em regressar em devido tempo. Acrescenta ainda que têm recebido outras manifestações de interesse.

Em comunicado, o Banco de Portugal diz que, caso seja necessário, existem argumentos que justificam que se peça à Comissão Europeia mais tempo para vender o Novo Banco. O prazo actual é de dois anos.

Fonte próxima do supervisor tinha, anteriormente, garantido à Renascença que todas as fases do processo seriam cumpridas, ou seja, o concurso não seria dado como encerrado sem que fosse negociada a venda com todos os candidatos.

No entanto, sabe-se agora que foram efectuadas negociações exclusivas apenas com as duas propostas melhor classificadas, ou seja, os candidatos chineses da Anbang e Fosun. Com os norte-americanos da Apollo foram realizados apenas contactos exploratórios.

[notícia actualizada às 19h41]

Comentários
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  • Paulo
    16 set, 2015 vfxira 11:14
    Mais um BURACÃO que vai ser resolvido através do eterno pagante zé povinho.
  • Manuel Pinto
    15 set, 2015 Porto 22:11
    Os políticos deste país venderam e vendem ao desbarato o que era público, é possível que pessoas votadas pela maioria dos portugueses vendam o que não é deles?
  • O desgoverno
    15 set, 2015 lx 17:24
    Que só tem retorica para tentar vender banha de cobra, perante a irresponsabilidade e incapacidade passa a bola e sacode a agua do capote como se não fossem os grandes responsaveis pelo que fizeram ao lesados do BES. Malandragem pura e dura!

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