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Morreu Kofi Annan

18 ago, 2018 - 11:00

O antigo secretário-geral das Nações Unidas e prémio Nobel da Paz morreu aos 80 anos.

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O antigo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e prémio Nobel da Paz de 2001, Kofi Annan, morreu aos 80 anos, informa a Fundação Kofi Annan.

O diplomata ganês morreu na madrugada deste sábado, "após uma curta doença" num hospital em Berna, na Suíça. A família dá conta que nas suas últimas horas de vida esteve acompanhado pela mulher e os três filhos.

Nascido no Gana em 1938 e descendente de chefes tribais de ambos os lados da família, estudou no Gana e depois nos Estados Unidos.

Juntou-se às Nações Unidas em 1962, como funcionário da Organização Mundial da Saúde, em Genebra. Em 1997, Kofi Annan assumiu o cargo maior da diplomacia mundial. Foi secretário-geral da ONU até 2006.

Em 2001, recebeu o prémio Nobel da Paz pelo seu trabalho humanitário em prol de um mundo mais pacífico e organizado.

A luta contra a SIDA foi uma das suas bandeiras enquanto secretário-geral da ONU. O Fundo Global para o combate à Sida, Tuberculose e Malária foi criado no seu mandato.
A invasão do Iraque e o conflito no Darfur, no Sudão, foram alguns dos desafios diplomáticos em que esteve envolvido.
Kofi Annan também desempenhou um papel importante no caminho para a independência de Timor-Leste.
Foi ele que, em maio de 2002, entregou formalmente Timor-Leste aos timorenses, numa cerimónia que marcou a restauração da independência do país face à Indonésia.

O acordo assinado em maio de 1999, entre Portugal e a Indonésia, que abriu a porta ao referendo sobre a independência de Timor, também foi supervisionado por Kofi Annan.

"Um otimista teimoso"
Antes de ser secretário-geral, foi responsável pelo departamento da ONU para as operações de paz e foi no seu mandato que aconteceu o genocídio no Ruanda, em 1994.
Anos mais tarde, já depois de abandonar as Nações Unidas, Annan admitiu que um dos seus lamentos foi não ter conseguido fazer mais para evitar os massacres.

“A ONU pode ser melhorada, não é perfeita, mas se não existisse, teríamos que criá-la”, disse durante uma entrevista no seu 80º aniversário, em abril do ano passado, no Instituto Superior de Genebra, onde estudou.

“Sou um otimista teimoso. Nasci otimista e continuo otimista”, acrescentou Kofi Annan.

A sua última grande missão diplomática foi como negociador de um plano de paz para a Síria, em 2012.
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  • Mário Neves
    18 ago, 2018 Alverca 13:12
    Deu sempre o seu melhor pelas maiores causas da humanidade. Será sempre recordado como um dos maiores secretário geral da ONU.

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