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Novo partido de Santana Lopes vai chamar-se Aliança

18 ago, 2018 - 08:59

Segundo Santana Lopes, o futuro partido será “personalista, liberalista e solidário", "europeísta, mas sem dogmas".

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O novo partido do ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes vai chamar-se Aliança e a recolha de assinaturas para se constituir formalmente arranca na próxima semana, avança este sábado o semanário Expresso.

De acordo com declarações de Pedro Santana ao Expresso, o futuro partido será “personalista, liberalista e solidário. Europeísta, mas sem dogmas, sem seguir qualquer cartilha e que contesta a receita macroeconómica de Bruxelas”.

O antigo militante do PSD que concorreu este ano à liderança dos sociais-democratas, em eleições que perdeu com 46% dos votos para Rui Rio, diz agora que a Aliança quer "garantir representação política" para poder "participar no processo de decisão, seja no Governo seja na oposição".

Nos excertos da declaração de princípios a que o Expresso teve acesso, refere-se que "Portugal precisa de reforçar a sua atitude perante a União [Europeia]" e internamente constitui um "imperativo absoluto" o combate à desertificação e abandono do território.

Quanto ao Sistema Nacional de Saúde defende: "[Devemos estimular] o investimento em seguros de saúde eficazes" com o Estado a acompanhar esse esforço dos portugueses com "deduções fiscais efetivas".

Na economia, quer Orçamentos do Estado "equilibrados" e um rigoroso "controlo da despesa pública" com "políticas de consolidação da dívida pública que não limitem a margem de manobra orçamental" e uma "forte redução da carga fiscal".

Critico da decisão de Rui Rio de ter dado liberdade de voto aos deputados na despenalização da eutanásia, o futuro partido defende: "respeitamos a liberdade religiosa e valorizamos a dimensão espiritual da pessoa. Rejeitamos as visões utilitaristas e egoístas da vida humana".

O novo partido que já tem símbolo de cor azul propõe ainda a "criação do Senado, com a representação das diferentes regiões do país" com o objetivo de aproximar eleitos dos eleitores.

Santana Lopes não revela outros nomes que fazem parte da nova organização, mas adianta que a página do partido será lançada na próxima semana.

No final de junho, o antigo primeiro-ministro (2004/2005) afirmou, em entrevista à Visão, que a sua intervenção política no PSD “acabou”, mas na ocasião não esclarecia se se iria desfiliar deste partido ou fundar uma nova formação política.

Em agosto, comunicou a decisão de sair do partido através de uma carta aberta aos militantes, pondo fim a 40 anos de militância no PSD.

Na carta de despedida, Pedro Santana Lopes considera: “não faz sentido continuar numa organização política só porque já estamos há muito, ou porque em tempos alcançamos vitórias e concretizações extraordinárias se, no passado e no tempo que importa, no tempo presente, não conseguimos fazer vingar ideias e propostas que consideramos cruciais para o bem do nosso país”.

Entre os exemplos que cita de ideias que defendeu, e das quais “o PSD nunca quis saber”, para a Política Agrícola Comum, a desertificação do interior ou ainda as críticas ao poder “discricionário” de demissão do Governo atribuído ao Presidente da República.

Recordando o episódio em que foi demitido de primeiro-ministro pelo então Presidente da República Jorge Sampaio, Pedro Santana Lopes reconhece que talvez se devesse ter desfiliado na altura, mas não deixa de criticar o PSD.

Comentários
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  • fanã
    18 ago, 2018 aveiro 19:49
    ALIANÇA ???..........é recomendado beber com moderação, ao risco de perder os sentidos no calor da novidade !
  • 18 ago, 2018 aldeia 15:05
    Assim não vais longe!...............
  • Cidadao
    18 ago, 2018 Lisboa 14:21
    A declaração de principios, pelo menos no que aparece aqui, é uma série de banalidades e trivialidades em que cabe tudo dentro desse saco. Começa por dizer que Portugal tem de ter uma voz "mais forte" em Bruxelas... Só se levarem para lá um cantor de ópera. Até hoje temos estado de joelhos, e nos tempos do governo PSD-CDS, tão quebrados, tão rasteiros, tão submissos que dava vergonha de ser Português. O combate à desertificação faz-se evitando fechar Serviços Públicos essenciais - hospitais, escolas, correios, tribunais, etc - no Interior, a par de benefícios fiscais a Empresas que se queiram lá instalar, e não desviando secretarias de estado sem importancia ou Infarmedes ou ainda "agarrando" nos refugiados que vêem para cá e instalá-los mais ou menos sem alternativa num interior sem serviços públicos nem população para os enquadrar - se não se puserem a mexer para Alemanhas e companhia, ainda hasteiam a bandeira do País deles e dizem que "agora aquilo é o novo País deles". Já aconteceu. Da mesma forma, apostar na iniciativa privada para Seguros de Saúde, Educação, Transportes etc, é muito bom para fazer negociatas, mas todos sabemos que num País com 2 Milhões de pobres e em que grande parte da população tem salários tão miseráveis que apesar de marido e mulher trabalharem, no fim do mês nada sobra, e com sector empresarial tipo Nuno Carvalho da Padaria Portuguesa, a apostar no salário mínimo, não há hipótese de largar o Estado Social. E o resto é tudo e o seu contrário.

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