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“Não foi uma fatalidade”. Aberta investigação judicial a queda da ponte em Génova

15 ago, 2018 - 14:58

Último balanço oficial indica, pelo menos, 39 vítimas mortais e 16 feridos. Governo italiano já exigiu a demissão dos diretores da concessionária responsável pela manutenção do viaduto.

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Foi aberta uma investigação judicial sobre a queda da ponte Morandi, em Génova. O anúncio é feito esta quarta-feira pelo Ministério Público da localidade italiana, que pretende esclarecer as causas do colapso da estrutura.

Citado pela televisão pública italiana, o procurador-geral Francesco Cozzi afirma que a queda “não foi uma fatalidade, mas sim um erro humano”.


O último balanço oficial indica que há, pelo menos, 39 vítimas mortais (entre os quais três crianças), 16 feridos, 12 deles em estado grave.

No local, prossegue a procura por sobreviventes nos escombros da ponte, um trabalho que envolve mil agentes, entre bombeiros, polícias, Proteção Civil e equipas de emergência.

Procede-se também à limpeza da zona com a maior celeridade possível.

Nesta quarta-feira à tarde, o Governo italiano está em reunião extraordinária em Génova, para decidir que medidas tomar.

Governo pede demissões na concessionária

O Governo italiano exigiu esta quarta-feira a demissão dos diretores da concessionária Autostrade per l'Italia, uma subsidiária da Atlantia e responsável pela concessão e manutenção da ponte que desabou na terça-feira e que era parte da autoestrada 10 (A10).

“Os diretores da Autostrade per l’Italia devem demitir-se antes de tudo”, afirmou o ministro das Infraestruturas, Danilo Toninelli, numa mensagem na rede social Facebook.

No mesmo “post”, Toninelli afirmou que o Governo italiano “ativou todos os procedimentos para a possível revogação das concessões e a imposição de uma multa de até 150 milhões de euros”.

"Se não são capazes de administrar as nossas autoestradas, o Estado o fará", acrescentou.

“Num país civilizado, não se pode morrer por uma ponte que desaba”, disse ainda, reiterando que os culpados "desta tragédia injustificável devem ser punidos".

“As empresas que administram as nossas estradas embolsam as portagens mais caras da Europa, pagando concessões a preços vergonhosos. Recebem milhares de milhões, pagam uns poucos milhões de impostos e nem sequer realizam a manutenção necessária para as pontes e autoestradas de ponte e estradas”, sustentou.

O ministro anunciou depois que "o Fundo de Emergência da Proteção Civil será usado para restaurar o sistema ordinário da área afetada" e que para "a reconstrução da ponte Morandi" – que “precisava de manutenção ao longo de décadas – serão utilizados recursos do Plano Económico e Financeiro das Autoestradas, que será discutido em setembro, e outros recursos de dois fundos dedicados a intervenções de infraestrutura”.

Segundo Toninelli, o Governo vai desenvolver “um verdadeiro plano Marshall” para garantir o bom estado das infraestruturas do país e considerou ser dever do Estado “usar o dinheiro público para manter essas vias vitais do país, em vez de desperdiçá-lo em grandes obras inúteis”.


A notícia da queda da ponte fez com que a Atlantia afundasse na bolsa de valores de Milão na terça-feira, tendo caído mais de 10% e viu a sua cotação suspensa, ainda que tenha fechado com uma queda de 5,39%.

As primeiras imagens do colapso da ponte em Génova
As primeiras imagens do colapso da ponte em Génova
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