Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Incêndios

Comissão ou observatório? Marcelo diz que podem ser complementares

13 ago, 2018 - 13:50 • Eunice Lourenço

Presidente da República sugeriu a criação de uma comissão independente uma semana depois de ter promulgado a criação de um observatório para os incêndios, aprovado no Parlamento.

A+ / A-

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sugeriu no fim de semana a criação de uma “comissão independente permanente”, a funcionar junto do Parlamento, para fazer a avaliação da época de incêndios.

A proposta foi feita depois de ter assistido a um ‘briefing’ da Proteção Civil, na vila de Monchique. Contudo, uma semana antes, a 2 de agosto, o mesmo Presidente promulgou uma lei da Assembleia que cria o “Observatório técnico independente para análise, acompanhamento e avaliação dos incêndios florestais e rurais que ocorram no território nacional”.

Comissão ou observatório? O Presidente da República considera que podem ser complementares e deixa a decisão para os deputados.

Questionado logo em Monchique sobre a eventual sobreposição da sua proposta com o observatório aprovado pelo Parlamento, Marcelo respondeu que o observatório servirá para recolher dados – não para os analisar nem para apresentar propostas e soluções.

Já a comissão por ele proposta será para ajudar o Governo, o Presidente e todas as instituições.

No entanto, como se lê no articulado, o observatório terá por missão a “análise, acompanhamento e avaliação dos incêndios florestais” e para prestar “apoio cientifico às comissões parlamentares com competência em matéria de gestão integrada de incêndios, proteção civil e ordenamento do território”.

A criação do observatório foi aprovada no Parlamento no último dia de votações, 18 de julho, apenas com o voto contra do PS. Resulta de um projeto de lei do PSD, que foi votado favoravelmente pelo CDS e pelo PAN e que, numa espécie de coligação negativa contra o PS, a abstenção de Bloco de Esquerda, PCP e PEV permitiu que fosse aprovado.

O Presidente da República promulgou a lei que cria o observatório no dia 2 de agosto, precisamente o mesmo dia em que saiu do Parlamento e chegou ao Palácio de Belém, como se pode comprovar pela consulta dos respetivos sites.

Que observatório é este?

De acordo com o articulado, o observatório técnico independente deve ser composto por 10 técnicos especialistas de reconhecido mérito, nacionais e internacionais, muito à semelhança das comissões independentes que avaliaram os grandes incêndios de 2017 (Pedrógão e 15 de outubro).

Seis dos peritos devem ser designados pelo presidente do Parlamento, depois de ouvir os grupos parlamentares, dois são escolhidos pelo conselho de reitores e outro dois indicados pelo conselho coordenador dos institutos politécnicos. O presidente do observatório deve ser escolhido entre estes quatro membros.

Quanto às competências, o observatório deve esclarecer o público não especializado e os decisores políticos sobre medidas técnicas e políticas no âmbito da prevenção e combate a incêndios, aconselhar a Assembleia a República, emitir pareceres, analisar e avaliar as características e dinâmicas dos incêndios, monitorizar o impacto das medidas públicas e dar contributos, através da audição de especialistas e emissão de recomendações e pareceres, para a redução do perigo e risco de incêndio.

A lei aprovada pelo Parlamento e que aguarda publicação em Diário da República estabelece que as entidades públicas e privadas devem fornecer ao Observatório toda a informação necessária à sua missão. O apoio administrativo, logístico e financeiro é assegurado pela Assembleia da República.

Até ao fim deste ano de 2018, o observatório deve fazer uma auditoria aos vários serviços e instituições que compõem o sistema nacional de proteção civil e apresentar resultados e conclusões ao parlamento.

Deve também apresentar relatório semestrais sobre a sua atividade, com monitorização do impacto das medidas públicas, assim como recomendações que considere pertinentes.

Tópicos
Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Alice
    13 ago, 2018 País das Maravilhas 20:58
    Só conheço o observatório astronómico!!!! Os outros são "saco azul"! PAGA ZÉ!
  • Zeca
    13 ago, 2018 Zambujeira 18:29
    Comissão ou comissãozinha? AS DUAS! Tacho ou panela? OS DOIS! Imposto ou taxa? TUDO! Festa ou festarola? Kosta e Marcelo! És uma desilusão, bem me parecia que deveria ter votado no Tino de Rans!
  • lv
    13 ago, 2018 Loures 15:41
    E aquele auditoria que o Palhaço Emplastro Marcelo prometeu que ia mandar efectuar aos gastos da casa Civil do PR ? Pois isso foi antes de ter a chave!
  • Maria
    13 ago, 2018 Porto 15:12
    Mais uns quantos que vão receber mais um tanto…. e nós pagamos!

Destaques V+