06 ago, 2018 - 13:13
A polícia da cidade norte-americana de Chicago pediu ajuda para combater a violência armada após mais de 60 pessoas terem ficado feridas e pelo menos 12 terem morrido em tiroteios ocorridos entre sexta-feira à noite e este domingo.
"Não vamos ser derrotados", garantiu o chefe da polícia local, Fred Waller, em conferência de imprensa no domingo à tarde. "Precisamos de mais ajuda do nosso sistema judiciário. Precisamos de mais ajuda dos nossos parceiros federais e vamos tê-la."
Muitos das dezenas de tiroteios dos últimos dois dias tiveram lugar nas primeiras horas de domingo, com pelo menos 30 pessoas a sofrerem ferimentos de balas entre a meia-noite e as três da manhã, sobretudo nos lados sul e oeste da cidade.
As autoridades dizem que a maioria dos tiroteios está relacionada com lutas e violência entre gangues rivais. "É um dos fins-de-semana mais violentos que já tivemos, não há qualquer dúvida", garantiu um porta-voz da polícia. "É o pior que já vi", garantiu ao "Chicago Sun Times" outra fonte policial estacionada à porta de um hospital da cidade. "Isto está quente. Há muita tensão... e pode vir a ficar pior."
À CBS News, Donovan Price, pastor numa igreja local, disse que a cidade parece uma "zona de guerra". "Isto está completamente fora de controlo. É uma zona de guerra, Chicago está uma loucura."
Aos jornalistas, o autarca da cidade, Rahm Emmanuel, culpou a quantidade excessiva de armas nas mãos dos cidadãos, numa altura em que os EUA continuam a debater se as pessoas devem ou não ter acesso facilitado a armas de fogo.
Apesar dos acontecimentos deste fim-de-semana, as autoridades apontam que a tendência geral tem sido de diminuição do número de incidentes com armas em Chicago. No início de agosto, o jornal "Chicago Tribune" noticiou que houve menos 532 tiroteios este ano a comparar com 2017.
Aos jornalistas, Waller garantiu ontem o mesmo, que houve uma queda de 30% no número de tiroteios em comparação com o período homólogo no ano passado e de 25% no que toca a homicídios. Grande parte da violência registada nos últimos dias, sublinhou, resulta de membros de gangues abrirem fogo sobre multidões de forma indiscriminada.