22 jul, 2018 - 09:52
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) está a deter menores estrangeiros requerentes de asilo em aeroportos portugueses. As crianças, vindas sobretudo de África e do Brasil com pedidos de proteção internacional, chegam a ficar semanas nos centros de instalação temporária do SEF, avança este domingo o jornal Público.
As detenções são proíbidas pelas Nações Unidas. Segundo a Convenção dos Direitos da Criança, ratificada por Portugal, diz que nenhum menor deve ficar detido por causa do estatuto legal dos pais. Trata-se, por isso, de uma violação dos direitos das crianças.
A situação já levou a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) a pedir a intervenção da provedora da justiça, que admite ter falta de meios para investigar na prática.
Numa nota enviada à comunicação social, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras esclarece que as retenções acontecem por falta de documentação legal, ou seja, documentos comprovativos da identidade verdadeira dos menores e dos adultos que os acompanham.
“Nestes casos, são realizadas diligências para se verificar a identidade das crianças e é dado um prazo aos adultos para apresentarem a documentação, o que a não acontecer pode indiciar tráfico de menores, havendo necessidade de se aguardar junto do Tribunal de Família e Menores a medida de promoção e protecção, bem como a designação de representante legal”, pode ler-se no comunicado que salienta também que nos últimos anos tem havido um número crescente de adultos acompanhados por menores que pedem asilo em Portugal, mas que chegam indocumentados.
O SEF diz ainda que, no caso de menores não acompanhados e sem documentos, "logo após a apresentação do pedido de asilo, são encaminhados para o Centro de Acolhimento da Criança Refugiada". Quando já têm mais 16 anos, “podem permanecer algum tempo no CIT para se averiguar a identidade /idade e obter do Tribunal de Família e Menores indicação do Centro de Acolhimento apropriado”, pois “muitas vezes, vem-se a verificar posteriormente serem maiores de idade.
[Notícia atualizada às 11h20 com o comunicado do SEF]