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De Mirandela a Roma, acólitos em peregrinação pela paz

20 jul, 2018 - 16:24 • Olímpia Mairos

Acólitos de Mirandela vão a Roma como "construtores da paz". Portugal estará representado por cerca de 350 acólitos.

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Um grupo de 39 acólitos da Unidade Pastoral Senhora do Amparo, em Mirandela, na diocese de Bragança-Miranda, vai participar na Peregrinação Internacional de Acólitos (PIAR), de 30 de julho a 3 de agosto, em Roma.

Bernardo Carvalho, de 16 anos, acólito há sete, na paróquia Nossa Senhora da Encarnação, manifesta-se entusiasmado pela experiência que lhe vai permitir “conhecer e aumentar a fé” e parte com o desejo de “ser construtor da paz que é o tema do encontro”. “Vai ser uma experiência inesquecível”, afirma à Renascença, descrevendo o serviço de acólico como “um serviço ao altar, onde se vive o verdadeiro companheirismo”.

Ana Martins, de 15 anos, chegou ao grupo de acólitos da paróquia S. João Bosco, há três anos, por “incentivo dos colegas da turma, quase todos acólitos”. Desempenha o “serviço com muito gosto, alegria e felicidade” e sente que desta forma está “mais inserida na Igreja”.

Ana está “muito entusiasmada” com a ida à peregrinação internacional e considera que “vai ser muito bom e uma oportunidade para aumentar a fé”. “Estar em contacto com acólitos de todo o mundo vai ser bastante bom. E estar com o Papa Francisco vai ser fantástico, porque eu gosto muito deste Papa que tem sempre desafios para nós”, afirma a jovem que andou a “treinar o italiano durante o ano, para não perder nada do encontro”.

Álvaro Morgado, tem 16 anos, é da paróquia de S. Bento, onde desempenha o serviço de acólico há cerca de sete anos. Ir à peregrinação internacional “é um orgulho e uma grande responsabilidade”. “Vai ser muito bom. Tenho expectativas altas. Depois de tanto tempo como acólito, nunca sair daqui do “ninho”, e agora ir a uma peregrinação internacional, é motivo de orgulho para todos. Vamos representar a Unidade Pastoral, mas também a diocese”, afirma à Renascença.

Para este jovem, a experiência vai “quebrar também as barreiras que poderão existir entre as paróquias”. “Os que vamos, vamos conhecer-nos melhor, vai haver uma melhor comunicação entre as paróquias, é o que eu espero, pelo menos, vamos crescer todos juntos”, diz.

Álvaro leva a expetativa de “ser desafiado pelo Papa Francisco” e mostra-se “disponível para assumir esses desafios”. “Gosto muito deste Papa”, diz, “e espero que a sua mensagem aos acólitos seja, como ele sempre faz, de desafios e que nós estejamos prontos para cumprir esse desafio. Eu estou disponível para acolher os desafios e acho que todos estamos”.

Sobre o serviço de acólito, Álvaro explica que “é servir o altar, ajudar o sacerdote na eucaristia”, acrescentando que “também passa por muitas tarefas, como um gesto simples, ajudar uma pessoa”. Para Álvaro, o serviço de acólito “pode ser fora da Igreja, enquanto edifício. Podemos ser acólitos junto das pessoas, da comunidade e sem ter a túnica vestida. É uma forma diferente e empenhada de os leigos viverem a fé”, conclui.

“O serviço, a disponibilidade, o carinho pelas paróquias vale muito”

A acompanhar os acólitos de Mirandela, estarão as três coordenadoras dos grupos e dois sacerdotes.

O padre Bruno Dias, da paróquia de Nossa Senhora da Encarnação, conta à Renascença que os jovens “estão muito entusiasmados com a ida a Roma” e sublinha que “o fundamental desta peregrinação é que eles saibam qual é o sentido de ser acólito”.

“Não podem ver esta peregrinação como umas férias ou um passeio. Vai haver momentos de oração, momentos de diversão, mas, acima de tudo, que eles saibam que estão ali porque são acólitos. E não importa de que igreja é que são, se são desta paróquia, se são daquela; eles são da Igreja de Jesus Cristo e estão para servir o altar”, sublinha o sacerdote.

Para o padre Bruno “daqui a alguns anos, estes jovens, poderão deixar de ser acólitos, mas o importante é que nunca deixem de ser cristãos. E esta peregrinação pode marcá-los para a vida toda”.

A poucos dias de partirem para Roma é visível o entusiasmo e a alegria, mas também há alguns receios. “Alguns deles têm medo de andar de avião… Eu também tenho, mas… vai ser interessante. Iremos visitar alguns monumentos de Roma. Para alguns deles é a oportunidade de começarem a sair, a descobrir e a cultivar a sua fé”, diz o sacerdote por entre sorrisos.

Para participarem na peregrinação internacional, os acólitos de Mirandela “tentaram arranjar dinheiro, desenvolveram várias atividades, fizeram bolos, foram a feiras, venderam pequenas coisitas e fizeram rifas”.

“Esta espécie de pré-peregrinação entusiasmou-os muito. Olho para as caras deles e não vejo nenhum triste. O seu serviço, a sua disponibilidade, o seu carinho por nós e pelas paróquias vale muito”, observa o padre Bruno.

O sacerdote da diocese de Bragança-Miranda também vai estar com o Papa Francisco pela primeira vez e conta que o que o faz sentir feliz é “estar com o Papa, nem que não seja próximo, e ter estes Jovens a viverem esta experiência que eu vou viver, eu com 30 anos e eles com 14 ou 15. É esta comunhão que eu e todos os que estamos a colaborar queremos que eles sintam, que só há uma Igreja”.

“Em Roma, vamos representar a nossa diocese, a nossa cidade, mas, acima de tudo, vamos mostrar que somos cristãos. Esperamos que no final venham mais enriquecidos”, conclui o sacerdote.

A acompanhar os acólitos portugueses, cerca de 350, estará o presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade, D. José Cordeiro (bispo de Bragança-Miranda).

A organização espera mais de 60 mil participantes na peregrinação internacional de 2018, que tem como lema ‘Procura a paz e segue os Seus Passos’.

Para além de Portugal, a PIAR a Roma 2018 conta com mais 17 países registados oficialmente: Antígua e Barbuda, Áustria, Bélgica, Croácia, República Checa, França, Alemanha, Hungria, Luxemburgo, Roménia, Rússia, Sérvia, Eslováquia, Suíça, Ucrânia, Reino Unido, EUA.

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