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​Plataforma para inscrever alunos nas escolas está a "funcionar a carvão"

19 jul, 2018 - 19:30

Muitos funcionários estão a fazer horas extra para conseguir tratar das matrículas dos alunos, já que o Portal das Escolas está sempre a ir abaixo e muitos diretores optaram por pedir aos pais para entregarem as inscrições em papel.

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A plataforma informática para as inscrições dos alunos está com problemas, o que levou muitas escolas a optar por receber os processos em papel, que só posteriormente são introduzidos no portal.

Segundo Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), muitos funcionários estão a fazer horas extraordinárias para conseguir tratar das matrículas dos alunos, já que o Portal das Escolas está sempre a ir abaixo e muitos diretores optaram por pedir aos pais para entregarem as inscrições em papel.

"Os assistentes técnicos estão exaustos, porque têm de permanecer muito mais tempo nas escolas", alertou.

Filinto Lima reconheceu que a plataforma é "um instrumento muito importante" para as escolas, mas "nunca funcionou bem".

"Agora, no pico das matrículas, ainda é pior", sublinhou, comparando a situação que se está a viver nas escolas com a que as famílias atravessam quando decidem entregar a declaração de IRS apenas no último dia.

Além da plataforma "funcionar a carvão", as escolas têm uma "fraca qualidade da rede wifi", o que agrava a situação, criticou o presidente da ANDAEP, defendendo a necessidade de reforçar a capacidade do portal.

No entanto, este não é o único problema das escolas: a greve às avaliações faz com que muitos alunos continuem sem saber se passaram de ano.

Filinto Lima acredita que até ao final do mês serão poucas as turmas sem notas atribuídas, mas, "mesmo que seja só uma turma, o Ministério da Educação tem de explicar às escolas o que devem fazer".

Entre as dúvidas dos diretores está saber se poderão ou não marcar reuniões para atribuir as notas em agosto, quando os professores já estão de férias: "Não sei até que ponto podemos interromper as férias dos professores", disse, acrescentando que, caso não seja legal, é preciso saber-se de que forma se irá resolver a situação dos alunos sem notas atribuídas.

O Sindicato de Todos os Professores (S.T.O.P.) mantém a greve às avaliações até ao final do mês.

Segundo o diretor este é um problema que afeta mais as famílias do que as escolas, uma vez que já em maio a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) apresentou uma previsão do número de turmas para o próximo ano letivo.

"Muitas escolas já têm as turmas aprovadas para o próximo ano e só precisam das notas para compor a constituição das turmas. Além disso, nos últimos 15 dias antes das aulas acabarem, os alunos entregaram as matrículas para o ano seguinte. São condicionadas, mas o processo está feito", explicou.

Segundo Filinto Lima, "o maior problema é para os pais que não sabem se os filhos passam ou não".

Os casos mais problemáticos dizem respeito aos alunos que querem mudar de escola ou que mudam de ciclo de ensino, com exceção dos do 9.º ano, que, assim como os estudantes do 11.º e 12.º, tiveram as suas notas publicadas porque foram definidos serviços mínimos, uma vez que teriam de realizar exames nacionais.

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