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Debaixo de fogo, Trump diz que já está a preparar segunda cimeira com Putin

19 jul, 2018 - 16:35

Depois de declarar uma coisa e o seu contrário, o Presidente norte-americano ignora as críticas ao seu encontro com o Presidente russo e diz estar "ansioso" pelo segundo.

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Donald Trump anunciou esta quinta-feira que já tem em vista uma segunda cimeira com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, no mesmo dia em que ambos criticaram "forças dentro dos EUA" que querem dar uma má imagem ao seu primeiro encontro.

Para se defender das críticas e acusações de traição que tem enfrentado, o Presidente norte-americano, que nos últimos dias contradisse as suas próprias declarações polémicas proferidas ao lado de Putin na cimeira da passada segunda-feira, voltou a apontar a mira aos jornalistas, acusando-os de distorcerem os seus comentários sobre a interferência da Rússia nas presidenciais dos EUA em 2016.

"A cimeira com a Rússia foi um grande sucesso, à exceção do real inimigo do povo, os media falsos", escreveu Trump no Twitter.

Na mesma rede social acrescentou: "Estou ansioso pelo segundo encontro [com Putin] para começarmos a implementar algumas das várias coisas que discutimos, incluindo acabar com o terrorismo, [garantir a] segurança de Israel, proliferação nuclear, ciberataques, comércio, Ucrânia, o processo [de paz] no Médio Oriente, [a desnuclearização da Coreia do Norte] e mais."

Do outro lado do mundo, em Moscovo, Putin também reagiu às críticas que o homólogo norte-americano tem enfrentado desde o início da semana, após ter-se escusado a confirmar que a Rússia interferiu nas eleições de 2016 que lhe garantiram a vitória sobre Hillary Clinton.

"[A cimeira] foi um sucesso e conduziu a acordos proveitosos", declarou o Presidente russo, antes de alertar para "certas forças nos EUA que agora querem impedir [a concretização] do que foi alcançado [em Helsínquia]".

Horas depois das reações dos dois líderes, a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kirstjen Nielsen, confirmou não só que a Rússia se imiscuiu no processo eleitoral em 2016 mas também que todos os 50 estados do país devem estar preparados para que novas tentativas de ciberataques russos tenham lugar nas intercalares marcadas para novembro.

Recorde-se que, no início de 2017, segundo informações avançadas pelo "New York Times" na quarta-feira, as agências secretas dos EUA entregaram à equipa de Trump dados concretos que comprovam que Putin deu ordens às autoridades russas para que interferissem nas eleições a favor do candidato republicano.

"Duas semanas antes da sua tomada de posse, Donald J. Trump recebeu informações altamente confidenciais a indicar que o Presidente Vladimir V. Putin da Rússia ordenou pessoalmente que fossem lançados complexos ciberataques para influenciar as eleições americanas de 2016", aponta o diário nova-iorquino.

Entre as provas, adianta o mesmo jornal, contavam-se "mensagens de telemóvel e e-mails de elementos do Exército russo e informações recolhidas junto de uma fonte ultrassecreta próxima de Putin, que descreveu à CIA como o Kremlin decidiu executar a sua campanha de ciberataques e desinformação".

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