17 jul, 2018 - 23:19
Jorge Jesus mostra-se arrependido, em entrevista à A Bola TV, por não ter impedido que a equipa do Sporting disputasse a final da Taça de Portugal, na qual acabaria por ser derrotada pelo Desportivo das Aves.
"Logo no aquecimento apercebi-me de que não tinha equipa. Nunca me senti tão impotente. Sentia que os meus jogadores não me ouviam. Sentia que eu não era o mesmo. Não deveria ter aceitado jogar naquela final. Eu e as pessoas que têm responsabilidade no Sporting devíamos ter feito tudo para não termos jogado aquela final", reconhece.
A equipa estava abalada após as agressões em Alcochete. Cerca de 40 adeptos encapuzados supostamente afetos ao Sporting tinham, dias antes, invadido a Academia e agredido equipa técnica e jogadores.
O ex-treinador dos leões, agora no Al Hilal, ainda recorda esse dia com horror: "Foram momentos difíceis. Ninguém tem noção do que se passou ali dentro. Aquilo parecia um filme de terror. As tochas dentro dos balneários, não se vê ninguém e 'vamo-vos matar'. Não foi fácil".
Saída e a cláusula de confidencialidade
Jesus entende, assim, a decisão de vários jogadores em rescindir com o Sporting. E lembra a sua própria saída: "Eu sabia o que é que não queria. Como aquilo que não queria era continuar, face ao que aconteceu não só nas últimas semanas, mas também nos últimos meses, senti que face às minhas decisões, também, eu não poderia continuar no Sporting".
A saída implicou a inclusão de uma cláusula de confidencialidade, no entanto, nesta entrevista à A Bola TV, Jorge Jesus revela vontade de falar. O ex-treinador do Sporting já pediu a Sousa Cintra, presidente interino da SAD leonina, que renuncie à cláusula de confidencialidade acordada no momento em que assinou com Bruno de Carvalho, presidente destituído, a rescisão de contrato com o clube.
"Pedi ao presidente Sousa Cintra para me olhar para este problema e tentar que esta cláusula de confidencialidade seja anulada", revela.