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CDS assume-se como alternativa ao "bloco central de interesses"

13 jul, 2018 - 13:43

Assunção Cristas fez um retrato de uma nação com "serviços públicos em colapso, serviços hospitalares que encerram, Unidades de Saúde Familiar que não abrem, ferrovia em estado crítico, professores em greve e consultas atrasadas".

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A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu esta sexta-feira que os centristas constituem a alternativa "não socialista", fora do "bloco central de interesses", esse "eterno tratado de Tordesilhas da política portuguesa".

Na intervenção final no debate do estado da nação, a líder centrista concentrou a primeira parte do seu discurso a fazer um diagnóstico crítico da governação e dos seus efeitos no país e uma segunda parte, sensivelmente com a mesma duração, a afirmar a alternativa que, disse, o CDS está a construir.

Assunção Cristas proclamou que essa será "uma alternativa que não sonha com um bloco central de interesses, o eterno Tratado de Tordesilhas da política portuguesa".

A presidente do CDS-PP apontou, assim, com esta referência, ao seu antigo parceiro de Governo, o PSD, numa intervenção repleta de ataques à esquerda.

"É preciso uma alternativa política, não socialista, em Portugal. No CDS estamos a construir essa alternativa, porque é evidente que este modelo está esgotado. Se o socialismo fosse bom, se o comunismo fosse bom, se o trotskismo fosse bom, nós não teríamos chamado o FMI [Fundo Monetário Europeu] por três vezes em 40 anos. Precisamos de sair deste modelo socialista", argumentou.

Assunção Cristas fez um retrato de uma nação com "serviços públicos em colapso, serviços hospitalares que encerram, Unidades de Saúde Familiar que não abrem, ferrovia em estado crítico, professores em greve, alunos à espera, consultas atrasadas, cirurgias canceladas, transportes públicos em falta".

A presidente do CDS referiu-se também a "crescimento económico abaixo do suposto, investimento público em mínimos históricos, proteção civil ineficiente, carga fiscal no máximo histórico, cativações nunca vistas, dívidas a fornecedores a galopar, ciência em crise, setor cultural à sua sorte, mobilidade social a afastar-nos da média europeia".

O diagnóstico incluiu também "uma dívida que não se controla", tentativa de imposição de "impostos europeus", "instalações militares assaltadas, um interior que vê adiado o seu estatuto fiscal", enquanto "o país continua a procurar recuperar da maior tragédia que conheceu nas últimas décadas".

"Não falamos do país na bancarrota, sem dinheiro para pagar pensões. Não falamos do país intervencionado, a ter de pedir emprestado sob pena de colapso. Não falamos do país da 'troika', com o memorando deixado por José Sócrates. Falamos do país governado pelas esquerdas, do país com três orçamentos das esquerdas, do país que seguiu políticas das esquerdas", argumentou.

Para Assunção Cristas, com a governação do país aconteceu "o que sempre sucede quando as esquerdas se encostam para colocar em prática as suas fantasias".

O resultado, defendeu a líder do CDS, é de "um país que cresce menos do que os seus concorrentes, uma economia que se fecha em vez de se abrir, empresas que são vistas como inimigas, propriedade privada tida como pormenor, liberdade de escolha que é eliminada, o lucro como pecado, o setor privado como alvo, a vontade de ir buscar dinheiro onde ele existe".

A líder centrista reclamou ainda para o Governo anterior o mérito de haver menos desemprego, atribuindo-o à reforma laboral e o "algum investimento" que considera ainda existir, é obra do turismo da reabilitação urbana, também heranças deixadas a este executivo, afirmou.

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  • Cidadao
    15 jul, 2018 Lisboa 14:30
    Lembre-se da Lei das Rendas, Dos Eucaliptos, e de como o seu partido assinou por baixo durante 4,5 anos, as malfeitorias PSD de "empobrecimento generalizado", que atiraram dezenas de milhares de Empresas para a falência e o Desemprego para os 20% - os números martelados de 13% que vocês apresentavam, incluíam como "empregados" quem deixou de procurar emprego, quem emigrou, quem estava em estágios não remunerados, quem deixou de receber subsidio de desemprego, etc. Ou seja, esses 13% não eram para levar a sério. Lembre-se disso tudo e depois feche a matraca e desapareça, que você e o seu partidinho que se alia a todos, desde que isso signifique estar no governo, não são alternativa a nada.
  • Cacarejos inuteis
    13 jul, 2018 Lisboa 18:04
    Será que ainda ninguém teve a coragem de dizer a esta galinha que ninguém a leva a serio. Digam-lhe quanto mais cacareja menos é ouvida. Lidera um grupelho que mais parece um clube de bairro onde a preocupação são os tachos mas cacareja como se o grupelho tivesse uma grande representação. Depois pensam todos que têm muita gracinha e que têm muito humor. Tentam imitar o Paulinho Feirante e só fazem figuras ridículas. Fazem-no ao despique. Hoje foi o Telminho aquele que mais se quis fazer engraçadinho.
  • António dos Santos
    13 jul, 2018 16:11
    Quando é que esta gaja, se cala. Se fosse uma mulher, tapava a cara pela porcaria que fez como ministrazinha da agricultura. Um bom trabalho para ela, era de varredora das ruas, mas com um fiscal a controlar o trabalho.

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