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​"Venham tranquilos". Urgências do São José e maternidade Alfredo da Costa são seguras, garante administração

11 jul, 2018 - 15:58

Presidente do Centro Hospitalar reconhece alguns dos problemas identificados pelos profissionais da saúde e garante que "a grande preocupação tem sido tentar rejuvenescer os recursos humanos".

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A presidente do Centro Hospitalar Lisboa Central garante que continua a ser seguro recorrer às urgências dos hospitais São José e Estefânia e da Maternidade Alfredo da Costa, elogiando o esforço e dedicação dos profissionais para manter o funcionamento dos serviços.

Em entrevista à agência Lusa, na sequência do pedido de demissão de 16 chefes de equipa do São José alegando falta de condições de segurança, Ana Escoval reconhece alguns dos problemas identificados pelos profissionais mas garante que a população pode continuar a recorrer com tranquilidade aos serviços.

A administradora admite que é necessário rejuvenescer os recursos humanos, nomeadamente o pessoal médico, e prevê contratar este ano mais de 50 recém-especialistas dos que concluíram a especialidade em abril.

"Quero que todos os que aqui se dirijam [ao Centro Hospitalar] venham tranquilos. Os profissionais chamam-nos a atenção para as dificuldades que sentem, mas estão lá todos. É preciso passar esta mensagem de tranquilidade à população", afirmou.

A presidente do Centro Hospitalar Lisboa Central reconhece vários dos problemas identificados pelos chefes de equipa de urgência do hospital São José que apresentaram a sua demissão numa carta enviada à administração. Também hoje foi tornado público que chefes da Maternidade Alfredo da Costa apresentaram a sua demissão.

Um dos problemas que Ana Escoval diz estar a trabalhar para resolver é o rejuvenescimento dos médicos do Centro Hospitalar.

"A nossa grande preocupação, o nosso trabalho, tem sido tentar rejuvenescer os recursos humanos", afirmou.

Entre 1 de julho do ano passado e 1 de julho de 2018 entraram 71 novos médicos e outros 68 saíram por reforma ou rescisão.

"Não houve um investimento na substituição de pessoas durante algum tempo, houve anos em que praticamente não entraram recursos humanos e saíram muitos", indica a responsável, que lidera a instituição há dois anos.

Ana Escoval admite que há uma elevada proporção de médicos com 50 e mais anos, que, segundo a lei, até poderiam estar dispensados de fazer urgências.

"Felizmente para nós, continuam a fazer [urgência], numa dádiva à instituição e no sentido de garantir a formação adequada dos mais jovens. Não nos podemos esquecer que são profissionais abnegados, de uma responsabilidade incrível e a pressão nas urgências é muito grande", declara.

Aliás, mesmo sobre os chefes de equipa que apresentaram a sua demissão, Ana Escoval frisa a sua "dedicação, capacidade de resiliência e capacidade de resposta clínica de alto gabarito".

A administradora acredita que a contratação de mais de 50 novos recém-especialistas será "uma lufada de ar fresco" na renovação de médicos e também no atenuar do trabalho nas urgências.

"Ajudará a resolver algum peso da urgência e a ir ao encontro do que os profissionais referem como necessidade de garantia de substituição destas gerações", declarou.

O peso da urgência no hospital São José pode ser aferido pelo número de utentes que lá recorrem e pela quantidade do pessoal médico envolvido. Em média, o São José atende cerca de 400 episódios de urgência por dia e, só na terça-feira, por exemplo, tinha 88 médicos escalados. As três unidades do Centro Hospitalar têm entre 600 e 750 episódios diários.

O São José tem uma urgência polivalente e, além de servir pessoas da área de Lisboa, recebe doentes de vários pontos do país.

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