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Resgate na gruta de Chiang Rai pode chegar a Hollywood

11 jul, 2018 - 09:00

No terreno já estão vários produtores a realizar entrevistas à equipa de salvamento e aos familiares dos jovens.

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O resgate de uma equipa de futebol de jovens rapazes e do seu treinador num complexo de grutas inundado no norte da Tailândia deixou telespetadores de todo o mundo colados às notícias. A missão de resgate, com um final feliz, dominou os espaços noticiosos durante cerca de duas semanas.

Há quem diga que parecia um filme e, na verdade, a história poderá mesmo dar origem a um argumento para Hollywood ou até para uma série televisiva. No terreno já estão vários produtores a realizar entrevistas à equipa de resgate e aos familiares dos rapazes.

Michael Scott, co-fundador da produtora Pure Flix, vive na Tailândia durante grande parte do ano e ficou cativado pela história enquanto assistia às notícias em casa, em Bangkok. A sua esposa cresceu com o mergulhador que morreu durante a missão.

Scott é um dos produtores que já está no terreno a recolher material para um potencial filme. Abordado pela agência Reuters, diz acreditar que a cooperação internacional no local ajudará a aumentar o interesse num filme sobre o esforço da missão.

“São tailandeses, ocidentais, europeus, australianos, pessoas de todo o mundo que ajudaram a trazer essas crianças em segurança. Acho que há um apelo mundial que, acredito, inspirará milhões em todo o mundo”, afirma o produtor.

“É uma combinação de grande risco e grande heroísmo”, disse a agente literário Judi Farkas, que representou o autor Antonio Mendez sobre a venda dos direitos do seu livro, Argo, para a produção do filme com o mesmo nome.

Aos factores apetecíveis para os realizadores, acresce ainda o suspense vivido durante as últimas duas semanas. A tentativa de recuperar os rapazes e o treinador tornou-se uma corrida contra o tempo, mas também contra a água, já que as previsões apontavam para chuvas fortes que ameaçavam inundar ainda mais os túneis, fazendo crescer a imprevisibilidade.

Na memória está ainda o resgate de 33 mineiros chilenos que ficaram presos durante 69 e cuja história foi transformada no filme “Os 33”, protagonizado por António Banderas, em 2016.

Tal como o resgate chileno, o drama tailandês é uma prova de coragem na vida real perante circunstâncias angustiantes, diz Mike Medayov, o produtor de “Os 33”, à agência Reuters. “É uma história sobre os triunfos individuais e do grupo sobre a tragédia”, argumenta Medavoy. “É uma ótima história”.

Replicar o resgate no cinema pode sair caro

Colocar o drama tailandês no grande ecrã não será fácil. Para começar, os cineastas terão de obter autorização e garantir os direitos de cada uma das famílias das crianças, do treinador e dos membros da equipa de resgate que queiram retratar, a fim de obter em primeira mão os relatos sobre o que aconteceu.

O financiamento pode ser outro dos obstáculos. “Os 33” custou mais de 20 milhões de euros e foi produzido na Colômbia e no Chile. Mike Medayov acredita que um filme sobre o resgate tailandês pode custar menos, uma vez que filmar na Tailândia é mais barato.

Contudo, o orçamento poderá ser agravado pelas cenas filmadas na água, dado que o resgate ocorre em águas turvas, algo que não aconteceu na operação chilena.

A produção para o grande ecrã poderá demorar vários anos até ser lançada no cinema. Os produtores terão ainda de avaliar se o interesse público irá permanecer depois da história desaparecer das manchetes dos jornais, lembra Medayov.

De acordo com a Box Office Mojo, "Os 33” arrecadou cerca de 21 milhões de euros nos cinemas mundiais, pouco mais do que o custo de produção.

O resgate tailandês poderá atrair também o interesse das cadeias de televisão ou da Netflix, por exemplo, o que poderá ser mais rápido do que a produção de um filme.

Para os produtores, porém, ainda não é claro quem seriam os heróis. “As crianças são claramente o coração da história”, diz Judi Farkas. “Mas ainda não sabemos quem liderou a missão de resgate. Ainda não temos detalhes suficientes da história para saber qual será o ponto de vista”, acrescenta.

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  • fanã
    11 jul, 2018 aveiro 17:34
    Persisto em tratar de indecentes , oportunistas e abutres alimentando-se da desgraça dos outros estas personagens que não merecem o menor respeito !
  • Anónimo
    11 jul, 2018 13:22
    Abutres! Ainda nem os jovens saíram do hospital e só pensam em fazer dinheiro...

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