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visto de bruxelas

​Refugiados em cima da mesa

29 jun, 2018 - 13:53

Atenções centradas esta semana em Bruxelas, onde está a terminar esta sexta-feira a cimeira de líderes europeus dedicada às migrações e numa tentativa de acordo.

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Visto de Bruxelas (29/06/2018)

Destaque, ainda nesta edição, para a entrevista feita pelo correspondente da Renascença em Bruxelas, Vasco Gandra, ao director da representação em Bruxelas da Organização Internacional para as Migrações, que defende ser perigoso endurecer o acolhimento de migrantes. Eugenio Ambrosi começa por lembrar que nesta altura há menos pressão migratória na Europa e que a solução para gerir os migrantes que chegam à UE "é menos complicada do que parece se houver vontade política para a encontrar".

O diretor da representação em Bruxelas da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Eugenio Ambrosi, condena um eventual endurecimento das políticas da União Europeia (UE) de acolhimento dos migrantes, ao coontrário do que defendem a Itália ou a Áustria.

Ambrosi afirma que “a primeira coisa importante a saber é que o número de chegadas pelo Mediterrâneo Central desceu consideravelmente nos últimos dois anos, o que significa que há muito menos pressão sobre a Europa em termos de chegadas. Isto levanta uma série de outras questões problemáticas na costa africana do Mediterrâneo relativamente às condições em que os migrantes são mantidos na Líbia. Mas em relação à pressão sobre a Europa há uma descida”.

Este responsável realça, no entanto, que, “ao mesmo tempo, continuamos confrontados com o problema de os Estados-membros da UE não serem capazes de encontrar um acordo sobre a revisão de Dublin [o sistema que regula o asilo na UE] e em relação ao nível de responsabilidade e solidariedade que deve existir entre eles. Há diferentes blocos de países com posições muito diferentes em confronto sobre a migração. Há aqueles que consideram que deve acabar completamente e os que consideram, como nós na OIM, que a migração pode ser uma força positiva”.

Ambrosi chama a atenção para o aumento na rota ocidental, que começou no ano passado: “houve um aumento considerável das chegadas no ano passado em Espanha e a tendência parece continuar este ano”.

Na frente política, Ambrosi deixa uma mensagem aos líderes europeus que estão reunidos esta quinta e sexta-feira: “A mensagem da OIM é a mesma já há vários anos. Estamos convencidos de que não há saída para a actual situação de certa dificuldade e confusão na gestão da migração se não forem feitas duas coisas. A primeira é que deve existir um mecanismo de solidariedade que envolva todos os Estados-membros da UE. Cada um deve assumir a sua parte de responsabilidade. Não se pode deixar a situação só para os que estão na linha de frente. O outro aspeto está nos documentos de política da UE, que até agora não foi posto em prática. A melhor forma de combater a migração ilegal dos que vêm para a Europa à procura de melhores perspetivas, à procura de trabalho ou de uma forma de sustentar as famílias, é ter um mecanismo próprio, como existe noutras partes do mundo, de canais legais para os migrantes utilizarem sem terem de recorrer a traficantes”.


Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus

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