29 jun, 2018 - 12:50
5% dos portugueses têm uma opinião favorável relativamente à equipa das quinas, diz um estudo da Universidade Europeia.
Os instrumentos de medida foram “garra/determinação, espírito de equipa, espírito de sacrifício, estratégia bem definida, persistência, 'fair-play', o facto de a equipa das quinas ter um selecionador inspirador, o facto da seleção ter vedetas na equipa, ataque, defesa, meio campo, humildade, jovialidade/dinamismo e experiência/ maturidade, como atributos semânticos”, explicou a investigadora Paula Carvalho, à Renascença.
Os critérios que os portugueses mais valorizaram foram garra/determinação e o espírito de equipa, com 27% e 25%, respetivamente. Apesar disso, a investigadora reforçou que a maioria dos inquiridos revelou uma polaridade pouco intensa nas suas respostas – em cerca de 71% dos casos, o sentimento manifestado é positivo, mas moderado.
Além disso, são as mulheres que se expressam de uma forma mais emotiva e são também elas “que mais expressam opiniões com uma polaridade intensa". "33% das opiniões das mulheres têm uma polaridade associada a um sentimento intenso. No caso dos homens, apenas 23% demonstram essa intensidade", anota.
Paula Carvalho arriscou dizer que as diferenças entre a forma de expressão de homens e mulheres dizem respeito a fatores culturais: "As mulheres têm um discurso mais subjetivo, mais emotivo, mais comprometido. Os homens, pelo contrário, são mais assertivos e mais objetivos. Aliás, se atendermos ao atributo que é mais valorizado, num caso e no outro, os homens valorizam a experiência e a maturidade e as mulheres, o espírito de sacrifício. Há um conjunto de fatores sociais, históricos, humanos que certamente justificam estas diferenças".Emoções comandadas pela idade e pela geografia
Outros fatores que fazem variar a intensidade de emoções dirigidas à seleção nacional são a idade e a distribuição geográfica. "Em termos de idades, posso dizer que são os jovens, com menos de 36 anos, que atribuem uma maior importância ao evento e à sua ligação ao campeonato mundial de futebol. Os jovens estão mais comprometidos com o Mundial e com a seleção", asseverou a especialista da Universidade Europeia.
Por outro lado, é em Lisboa que o sentimento pela equipa das quinas é menos forte, apesar de positivo.
Paula Carvalho ficou surpreendida com a desvalorização de atributos como o "fair-play" da equipa e a inclusão de vedetas no 11: "Os aspetos menos valorizados surpreendentemente são o facto de haver vedetas na equipa - não foi um ponto mencionado, nem implicitamente, nem explicitamente, nas respostas analisadas - e a estratégia. Também achámos interessante o facto de não terem valorizado o 'fair-play' como atributo".O estudo da Universidade Europeia foi realizado entre 1 e 12 de junho, antes do início dos jogos oficiais da seleção no campeonato mundial de futebol. A investigadora acredita que hoje os resultados seriam diferentes. "É natural que as pessoas, face a algumas exibições da seleção, não estejam completamente satisfeitas. Este é um tema que mexe com as emoções dos portugueses.” A equipa multidisciplinar está a trabalhar num estudo que inclui a perceção dos portugueses à medida que os jogos na competição vão acontecendo.