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​SOS Racismo condena agressão a jovem na noite de São João

27 jun, 2018 - 18:02

"Os insultos e o uso absolutamente desproporcionado da violência foram, neste caso, mais um exemplo de discriminação racista e xenófoba em Portugal", afirma a associação.

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A SOS Racismo condena a agressão à jovem Nicol Quinayas, residente em Gondomar, no distrito do Porto, que imputa alegadamente por um "funcionário da empresa de segurança privada 2045" na madrugada de 24 de junho.

A jovem, com família colombiana mas com nacionalidade portuguesa, "apresentou queixa por agressão ocorrida na noite de São João", no momento em que "aguardava na fila para entrar num autocarro da STCP", segundo uma fonte da PSP do Porto contacta pela agência Lusa.

Segundo a jovem de 21 anos relatou na queixa, após ter sido assistida no Hospital Santo António, "foi agredida pelo segurança da 2045, ao serviço dos STCP".

Num comunicado enviado hoje à agência Lusa, a SOS Racismo chama a atenção para o facto de "os uniformes parecerem conferir a determinados indivíduos o sentimento de impunidade de que precisam para atuar fora da lei".

"Os insultos e o uso absolutamente desproporcionado da violência foram, neste caso, mais um exemplo de discriminação racista e xenófoba em Portugal", acusa a organização, para quem as "evidências desse abuso de força" estão documentadas em "fotografias e em vídeos partilhados nas redes sociais e meios de comunicação social de Portugal e da Colômbia".

Considerando "ter aparentemente pecado por escassa" a atuação dos polícias chamadas ao local, a SOS Racismo refere ainda que a queixa "foi registada, por insistência da agredida", citando todos os que afirmaram "que as agressões foram motivadas por ódio e acompanhadas de declarações racistas".

A organização afirma-se "solidária com a vítima" e disponibiliza-se para a apoiar, "exigindo da Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação Racial" e às empresas envolvidas, "STCP e 2045, uma tomada de posição pública imediata", denunciando "as referidas práticas racistas e assumindo todas as medidas necessárias para punir o(s) responsável(eis)".

Empresa de segurança abre processo interno

A empresa de segurança privada 2045 revelou, entretanto, ter iniciado um processo de averiguações interno relacionado com a agressão a uma jovem, alegadamente consumada por um seu funcionário, no Porto, durante a madrugada de 24 de junho.

Em comunicado, a 2045 confirmou a "ocorrência na STCP do Porto, na noite de São João, pelas 5h30/6h00", e confere que esta "foi comunicada à PSP, que esteve presente no local". "O processo de averiguações interno está a decorrer", indica a empresa, não adiantando quando o concluirá.

Sem nunca mencionar a acusação de "motivações racistas" avançada pela agredida, a 2045 refere, no entanto, ter "cerca de 3.000 funcionários, entre vigilantes e colaboradores da estrutura", que incluem "elementos de várias etnias", assegurando não haver "qualquer tipo de descriminação de nacionalidade, religião, raça ou género".

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