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D. José Tolentino Mendonça assume intenção de “servir a Igreja na Cultura”

26 jun, 2018 - 16:03 • Ecclesia

Novo arquivista e bibliotecário da Santa Sé reage à missão que o Papa lhe confiou.

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O novo arquivista e bibliotecário da Santa Sé, D. José Tolentino Mendonça, manifestou esta terça-feira à agência Ecclesia a sua intenção de “servir a Igreja na Cultura”, após receber uma nova missão por parte do Papa.

“A Cultura faz-nos viajar à raiz arquitetural da pessoa, àquilo que constitui o núcleo fundante da sua aventura existencial, mas também nos permite interrogar e iluminar o seu horizonte de sentido”, refere o responsável português, num depoimento escrito.

Francisco nomeou esta terça-feira o sacerdote e poeta madeirense como arquivista do Arquivo Secreto do Vaticano e bibliotecário da Biblioteca Apostólica, elevando-o ainda à dignidade de arcebispo; a tomada de posse do cargo está marcada para 1 de setembro.

D. José Tolentino Mendonça sublinha que a sua missão como “Arquivista e Bibliotecário da Santa Igreja Romana” se insere numa tradição papal de “conservar num arquivo próprio a memória dos mártires e a gesta dos pastores, bem como os livros que asseguravam a atividade litúrgica e as necessidades administrativas da comunidade eclesial”.

O novo arcebispo sublinha que desde o século VIII existem notícias da existência de uma biblioteca, enriquecida ao longo dos tempos com “monumentais e preciosos espólios”, que colocam a atual Biblioteca Apostólica Vaticana entre “as mais fascinantes instituições culturais do mundo”.

“O arquivo e a biblioteca são assim lugares referenciais da memória específica do cristianismo, mas também da cultura universal; são espaços de ciência e de construção de pensamento, procurados por investigadores de todo o mundo que ali encontram o rastro da história e a capacidade que esta tem de iluminar o presente; são grandes repositórios daquela beleza capaz de ferir de infinito o coração humano”.

Para o colaborador do Papa, a Cultura é uma das “fronteiras proféticas” para o catolicismo de todos os tempos e, “de um modo talvez ainda mais incisivo, para o catolicismo contemporâneo”.

“A cultura documenta o que somos, é verdade. Mas espelha e potencia as grandes buscas interiores, o contacto com as grandes perguntas, a vizinhança das razões maiores que funcionam como patamares do caminho a que a nossa humanidade vai chegando, a proximidade daquele vastíssimo e inconsútil silêncio que, porventura ainda melhor do que a palavra, exprime em nós o mistério do Ser”, acrescenta.

O vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa orientou este ano o retiro de Quaresma do Papa Francisco e seus mais diretos colaboradores, entre 18 e 23 de fevereiro em Ariccia, localidade nos arredores de Roma.

Em relação ao atual pontificado, o responsável sublinha a “arte do encontro” que o Papa tem promovido e que encontra na Cultura “um espaço de desenvolvimento natural”.

“A Cultura, no seu sentido mais verdadeiro, é prática de escuta, de atenção, de intercâmbio e de interdependência; é exercício interminável de hospitalidade. Não admira que um dos serviços que a Igreja de cada tempo presta ao futuro seja, por isso, o investimento no diálogo entre a Fé e a Cultura, que constitui um horizonte inequívoco para uma apresentação credível do Evangelho ao coração das mulheres e dos homens nossos contemporâneos e uma reparadora fonte de esperança e de paz”.

O responsável português sucede no cargo de arquivista do Arquivo Secreto do Vaticano e bibliotecário da Biblioteca Apostólica o arcebispo Jean-Louis Bruguès.

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