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“Musemania”. Tudo começou num Rock in Rio

24 jun, 2018 - 00:28 • Ricardo Vieira

Conheceram-se por causa dos Muse e gerem a maior página de fãs portugueses no Facebook. Pedro e Martim dedicam a vida ao trio britânico. Sofrem de "Musemania", depois de terem conhecido a banda no Rock in Rio.

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Pedro e Martim cresceram a ouvir Muse. Colecionam tudo o que podem, tentam não perder um concerto e são gestores da maior página no Facebook de fãs em Portugal. Sofrem de “Musemania” e gostam.

Em entrevista à Renascença horas antes do espetáculo deste sábado no arranque do Rock in Rio - Lisboa, Pedro, de 21 anos, lembra-se bem como tudo começou. “Ouviu Muse pela primeira vez em 2008, num Rock in Rio que vi pela televisão. Mudei de canal, eles estavam a tocar e fiquei interessado em saber mais sobre eles. A música era a ‘Starlight’. Mas o amor surgiu depois de ouvir o terceiro álbum dele, o ‘Absolution’.

Em maio de 2010 criou a página no Facebook. Uma “coisa simples, que foi evoluindo” e que hoje é a maior comunidade de fãs do grupo em Portugal, a Muse PT, com mais de oito mil seguidores.

Martim, de 20 anos, também natural de Lisboa, recorda como contraiu o “vírus” Muse. “Um amigo ligou-me na noite anterior ao Rock in Rio de 2010, a dizer que tinha bilhetes e se eu queria ir com ele. Eu disse: ‘claro’. Fui logo pedir à minha mãe. Só conhecia uma música ou outra, mas a partir do momento em que vi o concerto deles foi um vício, foi o verão todo a ouvir as músicas e os últimos oito anos.”

Pedro já foi a quatro concertos dos Muse, todos em Portugal. Martim quase lhes perdeu a conta, mas ronda a dezena de espetáculos, alguns no estrangeiro.

Qual maior loucura que fizeram pelos Muse?

Martim conta que foi a dois concertos do trio britânico, em agosto do ano passado. O primeiro em Belfast, na Irlanda do Norte, e o segundo no festival de Reading, em Inglaterra, em que tiveram como convidado especial Brian Jonhson, dos AC/DC, que voltou aos palcos para cantar o tema “Back in Black”.

Mas a maior loucura foi a ida a espetáculo intimista em Paris reservado a 1500 fãs da banda. “Eles anunciaram o concerto num domingo, os bilhetes estiveram à venda na segunda e o concerto era no sábado seguinte. Foi tudo no espaço de uma semana. Meti-me num avião no dia do concerto e voltei no dia a seguir. Fui a Paris e nem vi a Torre Eiffel”.

“Tive uma sorte gigante. Estava num café ali ao pé da sala de espetáculos e um amigo disse-me para eu ir para junto da porta dos artistas. Cheguei lá e, cinco minutos depois, aparece a banda. Foi uma pontaria incrível. Deu para tirar fotografias e meter um pouco de conversa. Eles são acessíveis. Estava lá bastante gente, mas eles tentam dar um pouco de atenção a todos, tirar fotos, assinar os CD’s. Eu perguntei-lhes: quando é que fazem um concerto pequenino em Lisboa. Eles responderam que iam ao Rock in Rio (risos).”

A maior loucura que Pedro fez pelos Muse foi mesmo comprar o bilhete para o festival Alive. “Já tinha perdido imensos concertos deles e em 2015 pensei: agora tem que ser, não posso perder, tenho que ir a este concerto. Cada concerto que perdia ficava angustiado e ver pela televisão não é a mesma coisa do que ver ao vivo.”

Fãs exigentes

Pedro e Martim adoram os Muse, mas por gostarem tanto não quer dizer que também não tenham reclamações a apresentar a Matthew Bellamy, Christopher Wolstenholme e Dominic Howard.

“Nós somos fãs, mas temos muitas queixas”, diz Martim. Ora, venham lá elas: uma é a escolha das músicas para os concertos. “Há muitos temas que eles não tocam. “Têm sete ou oito álbuns, mas só tocam 20 temas por concerto”. Tocam só hora e meia, podia ser mais, atira Pedro.

“Nos últimos anos têm começado a fazer concertos mais pequenos, para mil ou 1500 pessoas, concertos íntimos, em que têm mais liberdade para escolher as músicas. Eles não costumam tocar as menos conhecidas porque têm um bocado de medo do público que não as conheça”, reforça Martim.

A melhor música dos Muse

Pedro confessa que fica “ansioso” antes do lançamento de cada single ou álbum. Mas ao vivo a sua música preferida é “Stockholm Syndrome”. Martim vota em “Map of the Problematique”. “Acho que foi a primeira vez que chorei num concerto deles… a primeira”, recorda.

Quanto ao melhor álbum: “ui, isso é complicado”, admite Martim, que lá se decide por “Black Holes and Revelations” (2006).

Pedro diz que “há uma guerra” sobre isso: a generalidade dos fãs divide-se entre “Origin of Symmetry” (2001) e “Absolution” (2003), explica.

E como explicar Muse a quem nunca ouviu? É muito difícil, diz Pedro. É preciso ouvir para perceber, recomenda Martim.

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