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Portugal tem sido dos países mais ativos no Ano Europeu do Património

22 jun, 2018 - 15:15 • Maria João Costa

A Cimeira Europeia do Património aprovou o “Apelo de Berlim”, um documento em defesa do património, que qualquer cidadão ou organização pode assinar.

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Portugal está entre os três países mais ativos no âmbito do Ano Europeu do Património, a par com a Alemanha e a Irlanda. O facto foi destacado esta sexta-feira de manhã na abertura da primeira Cimeira Europeia do Património que decorre em Berlim, na Alemanha.

Segundo dados apresentados por Tibor Navracsics, o Comissário Europeu para a Educação, Cultura, Juventude e Desporto, os três países dinamizam cada um cerca de setecentas iniciativas culturais, de um total de 2.560 eventos a nível europeu.

Numa altura em que decorreram os primeiros seis meses deste Ano Europeu do Património, em Berlim foi deixado um apelo para que no próximo dia 21 de setembro – Dia Internacional para a Paz – os países europeus se juntem à iniciativa alemã de tocarem os sinos das igrejas e das cidades em uníssono, pela paz.

Mas de Berlim, nesta Cimeira Europeia do Património, saiu hoje outro desafio. Foi apresentado o “Apelo de Berlim”, um documento ambicioso que pretende tornar o Ano Europeu do Património num ano de mudança no que toca à herança cultural europeia. O documento apresentado durante aquela que é a primeira cimeira co-organizada pela Europa Nostra, o Comité do Património Alemão e pela Fundação do Património Prussian, pretende ser um apelo ao compromisso de todos os cidadãos europeus e sobretudo os que trabalham na área cultural, seja no âmbito do património tangível, intangível ou digital.

Numa altura em que a Comissão Europeia está a lançar um Plano de Ação para o Património que quer implementar até ao final deste Ano Europeu do Património, a Cimeira pede neste “Apelo de Berlim” uma nova agenda europeia para a cultura, o reconhecimento da herança cultural como uma prioridade das politicas europeias e pretende aprofundar o conhecimento mutuo entre culturas.

Nas palavras do Comissário Europeu para a Cultura, Tibor Navracsics, o legado cultural é fundamental no momento em que na Europa se vivem grandes desconfianças para com o desconhecido. Na conferência de imprensa no Allianz Forum em Berlim afirmou: “É minha aspiração usar este ano para aproximar o leste e oeste da União Europeia. Este desconhecimento mútuo, e por vezes a falta de confiança, pode manchar o futuro do projeto europeu e eu gostava de eliminar este tipo de perigo até ao final deste ano”.

O responsável europeu, que sublinhou a importância do valor económico das industrias criativas, explicou que a Europa não vive apenas uma crise económica. “Vive também uma crise de identidade”. Ele que defendeu a construção de uma comunidade europeia considera que “a cultura não está morta, é um objeto de respeito e uma riqueza para o futuro”.

Na mesma conferência de imprensa Sneska Quaedvlieg-Mihailovic, a secretária geral do Europa Nostra, considerou que este “é o tempo de ação”.

“Vindo eu de Belgrado, de um país que já não existe, a Jugoslávia, só posso dar o meu forte apoio ao que o comissário disse. Precisamos de aproximar o leste o oeste da Europa através do património e da cultura. Devemos trabalhar nisso e esta cimeira está a coloca-lo em pratica”, disse.

Esta noite em Berlim, no que a responsável do Europa Nostra chamou “os óscares da cultura” será entregue o Prémio da União Europeia para o Património Cultural/Prémio Europa Nostra ao Jardim Botânico do Palácio Nacional de Queluz. Numa cerimónia em que estará presente o presidente do Europa Nostra, o cantor de ópera Plácido Domingo, serão revelados os finalistas do prémio o a escolha do Prémio do Público.

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