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PSP salvou 31 pessoas na Ponte 25 de Abril nos últimos anos

21 jun, 2018 - 22:15 • Celso Paiva Sol

Polícia de Segurança Pública realizou curso de prevenção de suicídios na ligação entre as duas margens do Tejo.

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A PSP realizou esta quinta-feira um curso de formação para os seus agentes destacados na Ponte 25 de Abril, em especial os que trabalham com motos. Agentes da polícia e o INEM salvaram 31 pessoas nos últimos anos.

A iniciativa teve um objetivo muito concreto: melhorar os procedimentos relativos à prevenção de suicídios e ajudar os polícias a gerir o trauma associado a esses casos.

À falta de outros mecanismos de proteção ou dissuasão, os polícias de serviço na ponte continuam a ser decisivos na gestão das tentativas de suicídio.

Quando é dado o alerta, quase sempre com origem nas câmaras que monitorizam todo o tabuleiro, mas também, não raras vezes, através de telefonemas de automobilistas, são, por norma, os primeiros a chegar.

Tentam fazê-lo de forma rápida, discreta, mas sobretudo eficaz, dando total prioridade ao diálogo que conduza a um desfecho positivo: sozinhos ou até que cheguem as equipas especializadas do INEM.

Nos últimos três anos, os números mostram uma ligeira redução nas tentativas de suicídio naquela estrutura que liga as duas margens do Tejo, de 14 no ano de 2015 para as 11 registadas o ano passado, mas ainda assim a uma média de uma por mês.

Este ano já foram registadas oito tentativas, até ao momento, três delas consumadas.

Seja como for, se o grande objetivo é evitar que elas se concretizem, os mesmos números dizem que a PSP e o INEM têm conseguido fazê-lo na maior parte dos casos.

Das 37 tentativas registadas entre 2015 e 2017, a intervenção das autoridades permitiu salvar 26 pessoas.

Este ano, esse desfecho positivo também já aconteceu por cinco vezes.

Assumindo que esta é uma especificidade muito complexa da missão de quem ali trabalha, o comando da PSP de Lisboa organizou uma ação de formação para todos os motociclistas da Divisão de Trânsito colocados na Ponte 25 de Abril, que são ao todo 18.

A ação teve três objetivos. Primeiro, dar aos polícias conhecimentos para melhorar a abordagem inicial às pessoas que se presume estarem dispostas a cometer suicídio, passar-lhes técnicas que ajudem à contenção da situação, pelo menos até à chegada dos psicólogos do INEM.

Um segundo objetivo é ajudar os agentes a gerir o trauma que resulta das situações em que não se conseguem evitar os suicídios. Também aqui técnicas que possam ser aplicadas, não só aos polícias diretamente envolvidos, como a todos os colegas.

Por último, a formação inclui ainda formas de contacto com os familiares de quem cometeu suicídio, a forma como os policias devem comunicar os factos após o incidente.

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