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Papa faz apelo ao diálogo ecuménico. “Que as distâncias não sejam desculpa!”

21 jun, 2018 - 11:55

A busca pela unidade contribui para a paz, insiste Francisco, enquanto o caminho da divisão leva a “guerra e destruição”.

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Caminhar, rezar e trabalhar juntos. O apelo do Papa aos cristãos
Caminhar, rezar e trabalhar juntos. O apelo do Papa aos cristãos

O Papa Francisco fez um apelo, esta quinta-feira, ao aprofundamento do diálogo ecuménico e à necessidade de evitar a tentação de olhar apenas para o que divide os cristãos uns dos outros.

Falando numa oração ecuménica, promovida pelo Conselho Mundial das Igrejas, em Genebra, Francisco comparou o diálogo ecuménico com uma caminhada, recordando que as caminhadas são mais fáceis quando se fazem juntos.

“Caminhar requer a humildade de rever os próprios passos e a solicitude pelos companheiros de viagem, porque só se caminha bem juntos. Em suma, caminhar exige uma conversão contínua de si mesmo”, disse.

“É por isso que muitos desistem, preferindo a tranquilidade doméstica, onde pode cuidar comodamente dos seus negócios sem se expor aos riscos da viagem. Mas, assim, prende-se a seguranças efémeras, que não dão aquela paz e aquela alegria por que aspira o coração e que se encontram apenas saindo de si próprio.”

O Conselho Mundial das Igrejas reúne confissões cristãs ortodoxas e protestantes, das mais variadas tendências. A Igreja Católica mantém relações de amizade com a organização, mas não é membro.

Isto não impediu o Papa, porém, de pedir aos presentes que evitem olhar apenas para aquilo que separa as diferentes igrejas.

“A resposta aos nossos passos vacilantes é sempre a mesma: caminhar segundo o Espírito, purificando o coração do mal, escolhendo com santa obstinação o caminho do Evangelho e recusando os atalhos do mundo. Depois de tantos anos de empenho ecuménico, neste septuagésimo aniversário do Conselho, peçamos ao Espírito que revigore o nosso passo. Este detém-se, com demasiada facilidade, à vista das divergências que persistem; muitas vezes bloqueia-se logo à partida, entorpecido pelo pessimismo.”

“Que as distâncias não sejam desculpas! É possível, já agora, caminhar segundo o Espírito. Rezar, evangelizar, servir juntos: isto é possível e agradável a Deus. Caminhar juntos, rezar juntos, trabalhar juntos: eis a nossa estrada-mestra. Esta estrada tem uma meta concreta: a unidade. A estrada oposta, a da divisão, leva a guerras e destruições.”

O objetivo final do diálogo ecuménico é sempre, recorda Francisco, procurar alcançar a comunhão de todos os cristãos.

“O Senhor pede-nos unidade; o mundo, dilacerado por demasiadas divisões que afetam sobretudo os mais fracos, invoca unidade. Amados irmãos e irmãs, desejei vir aqui, peregrino em busca de unidade e de paz.”

“Agradeço a Deus porque aqui vos encontrei a vós, irmãos e irmãs já a caminho. Caminhar juntos, para nós cristãos, não é uma estratégia para fazer valer mais o nosso peso, mas um ato de obediência ao Senhor e de amor pelo mundo”, afirmou Francisco.

O Papa tem ainda duas intervenções planeadas para esta quinta-feira, na sua visita de apenas um dia à capital da Suíça para participar neste encontro promovido pelo Conselho Mundial das Igrejas.

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