20 jun, 2018 - 19:03
A Comissão de Gestão do Sporting anunciou esta quarta-feira que vai apresentar queixa em tribunal e ao presidente da Mesa da Assembleia-Geral (MAG) do clube, depois de os seus elementos terem sido barrados à entrada no Estádio de Alvalade, para iniciar funções no clube.
A Comissão de Gestão, nomeada pela MAG demissionária, liderada por Jaime Marta Soares, foi esta quarta-feira impedida de entrar nas instalações do clube, tendo sido "impedida pelo suspenso Conselho Diretivo, em mais uma violação das recentes decisões judiciais aplicáveis aos órgãos sociais legítima e legalmente reconhecidos", aponta este órgão em comunicado enviado às redações.
O órgão considera que Bruno de Carvalho cometeu um "ato prepotente e autoritário por parte de quem considera o Sporting como sua propriedade e não dos sócios", adiantando que irá "apresentar de imediato a devida queixa ao presidente da Assembleia-Geral e ao tribunal competente".
Por outro lado, a Comissão de Gestão manifestou "profunda preocupação com a degradação económica e financeira da SAD do Sporting, a qual resulta inequívoca na comunicação à CMVM dos respetivos auditores, PWC".
Crise do Sporting em seis parágrafos
A crise institucional no Sporting desencadeou-se após as agressões sofridas por vários elementos do plantel e da equipa técnica a 15 de maio, na Academia de Alcochete, levadas a cabo por cerca de 40 pessoas encapuzadas, dos quais 27 foram detidos e ficaram em prisão preventiva.
Na sequência das agressões, os futebolistas Rui Patrício, Daniel Podence, William Carvalho, Bruno Fernandes, Gelson Martins, Bas Dost, Ruben Ribeiro, Rodrigo Battaglia e Rafael Leão rescindiram os contratos de forma unilateral, alegando justa causa.
Depois destes acontecimentos, a maioria dos membros da Mesa da Assembleia Geral (MAG) e do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) e parte da Direção apresentaram a sua demissão, defendendo que Bruno de Carvalho não tinha condições para permanecer no cargo.
Após duas reuniões dos órgãos sociais, o presidente demissionário da MAG, Jaime Marta Soares, marcou uma assembleia geral para votar a destituição do Conselho Diretivo (CD), a 23 de junho e criou uma Comissão de Fiscalização para evitar o vazio provocado pela demissão da maioria dos elementos do CFD.
O CD, que não reconhece legitimidade a esta decisão, criou uma Comissão Transitória da MAG, que, por sua vez, convocou uma AG ordinária para o dia 17 de junho, para aprovação do orçamento da época 2018/19, análise da situação do clube e para esclarecimento aos sócios e marcou uma AG eleitoral para a MAG e para o CFD para o dia 21 de julho.
Dando provimento a uma providência cautelar interposta pela MAG, o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa considerou ilegal a comissão transitória da MAG nomeada pela direção do Sporting, bem como as reuniões magnas por esta marcadas.