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Papa condena separação de famílias na fronteira dos Estados Unidos

20 jun, 2018 - 12:34

O populismo não é a solução, insiste Francisco, que diz que os imigrantes devem ser acolhidos.

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O Papa Francisco criticou o Governo de Donald Trump, nomeadamente a política de separar crianças dos seus pais quando são apanhados a entrar ilegalmente nos Estados Unidos.

Numa entrevista concedida à agência Reuters, no passado domingo, e publicada esta terça-feira, o Papa une a sua voz à da Conferência Episcopal americana, que classifica a política da administração Trump como “imoral” e “contrária aos valores católicos”.

A política americana tem sido motivo de grandes críticas por parte da sociedade civil, mas também de outros governos e de organizações não governamentais, sobretudo com a divulgação de relatos, imagens e registos áudio da aflição das crianças separadas dos seus pais e colocadas em centros de detenção.

“Estou do lado da Conferência Episcopal”, disse Francisco, “que fique claro que nestes assuntos eu respeito as conferências episcopais” aludindo a duas declarações emitidas pelos bispos americanos no passado mês em que são tecidas duras críticas às políticas.

O Papa considera que estas medidas americanas, juntamente com outras tendências anti-imigração por parte de alguns países europeus, estão a “criar uma psicose” sobre o assunto da imigração, em pleno “grande inverno demográfico” que leva precisamente à necessidade de mão de obra imigrante, sob pena de a Europa “ficar vazia”.

Francisco mostra-se ainda preocupado com o aumento de influência do populismo no mundo ocidental, dizendo que essa não é a resposta adequada para os problemas que existem. Um exemplo de tensão recente foi o navio “Aquarius” que transportava cerca de 600 migrantes clandestinos resgatados no Mediterrâneo mas que foi recusado em Itália, acabando por rumar a Espanha.

“Creio que não se pode rejeitar as pessoas que chegam. Temos de os acolher, cuidar deles, acompanhá-los e depois ver onde os podemos colocar, mas em toda a Europa. Alguns governos estão a trabalhar nisso, e as pessoas devem ser realocadas da melhor maneira possível, mas a solução não está na criação desta psicose. O populismo não resolve as coisas, o que resolve é a aceitação, o estudo, prudência”, diz.

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