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Negrão diz que esquecimento do interior foi responsável pela tragédia dos incêndios

17 jun, 2018 - 11:56

Líder parlamentar do PSD acha que se fez muito pouco para acabar resolver as diferenças do país.

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O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, disse hoje, no concelho de Pedrógão Grande, que o país se esqueceu do interior e que são precisas duas décadas de políticas de aproximação para equilibrar o desenvolvimento com o litoral.

“Há um problema desproporcional entre o litoral e o interior e só uma razão para isso: esquecemo-nos do interior do país”, referiu o deputado social-democrata, em Vila Facaia, onde participou numa missa em memória das vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, ocorrido faz hoje um ano.

Aos jornalistas, Fernando Negrão insistiu que “hoje é dia para lamentar o que aconteceu há um ano, recordar o que se passou para que não se repita e para prestar homenagem aos que faleceram e aos que enfrentaram o drama dos incêndios”, mas deixou escapar que “basta ler a imprensa do fim de semana para ver que o que se fez foi muito pouco”.

Para o líder da bancada parlamentar do PSD, o esquecimento a que o interior foi votado “é a causa disto tudo e, portanto, precisamos de mudar de atitude relativamente a esta situação, precisamos de ter políticas para o interior do país que fixem as pessoas”.

“O país não pode responder na totalidade [com medidas] nos próximos anos, mas têm de haver uma ou duas décadas de políticas de aproximação do desenvolvimento do interior com o litoral e isso tem de ser calendarizado e ter consenso e, principalmente, efetiva vontade política, que não tem acontecido”, salientou.

Temos de começar a olhar para o interior

O deputado social-democrata considera que, “de uma vez por toda, temos de começar a olhar para o interior de outra forma”, referindo que as coisas já mudaram no último ano “com um motor que tem sido o Presidente da República, que está presente em todas as horas que o povo do interior precisou e precisa e que tem puxado os partidos políticos para as políticas do interior”.

Fernando Negrão disse ainda que a realidade não “nos deixa descansados” e que se deve manter o alerta para que não aconteça tragédias iguais às de 2017, embora reconheça que os portuguesas estejam “mais conscientes, e isso é uma ajuda, e um bocadinho nada mais preparados”.

O incêndio que deflagrou há um ano em Pedrógão Grande (distrito de Leiria), em 17 de junho, e alastrou a concelhos vizinhos provocou 66 mortos e cerca de 250 feridos.

As chamas, extintas uma semana depois, destruíram meio milhar de casas, 261 das quais habitações permanentes, e 50 empresas.

Em outubro, os incêndios rurais que atingiram a região Centro fizeram 50 mortes, a que se somam outras cinco registadas noutros fogos, elevando para 121 o número total de mortos em 2017.

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  • fanã
    17 jun, 2018 aveiro 18:51
    Fartos de olhar para o interior estão estes sucessivos desgovernos, o pouco de roupa que este interior tinha , até isso lhe tiraram . Tenham todos vergonha !
  • lv
    17 jun, 2018 lx 17:12
    Negro, o escuro, afastado da PJ por vender informação confidencial. Bufo!!
  • Fernando Machado
    17 jun, 2018 Porto 13:16
    O que é preciso é tacho, senhor Negrão. Aquilo que o senhor diz, eu também digo....leia um artigo publicado no Correio da Manhã, subscrito pelo grande jornalista Joaquim Letria, em 20.10.2003. Já lá vão quinze anos, com o título "caridade sem fundo" e veja se tem um pingo de vergonha. Como deputado e defensor(?) do povo do interior ? Um dos parágrafos diz: onde estão as casas reconstruídas, o valor dos animais queimados, as árvores por replantar, os empregos calcinados? Um ou outro podem dizer: "está aqui". Mas quem mais o faz ?! Onde está uma vítima que tenha dito "obrigado"? A esta corja, prefiro os bons e os maus ladrões. Sempre têm o trabalho de pensar como se apropriarem do alheio, correm riscos e, geralmente, roubam a quem menos faz falta. Espero que tenha engolido em seco e, bom domingo senhor Negrão.
  • pedro
    17 jun, 2018 queluz 12:43
    Coisa Para a qual o psd contribuiu ao desmantelar os comboios no interior. Com Cavaco e com Passos.

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