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Descobertas duas antigas armações de pesca na costa do Algarve

15 jun, 2018 - 17:04 • Maria João Costa

Serão datadas de entre meados do século XIX e meados do século XX. Estavam escondidas há décadas.

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A agitação marítima dos meses de fevereiro e março colocou a descoberto vestígios arqueológicos que estavam enterrados há décadas nas freguesias da Fuseta, em Olhão, e de Almancil, em Loulé.

Em comunicado, a Direção Geral do Património Cultural explica que, em maio, os técnicos do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática identificaram duas antigas armações de pesca na costa algarvia. A descoberta foi feita por Pedro Brito e Joaquim Terêncio, que consideraram os “elementos estranhos à paisagem natural local”.

Sob análise, os especialistas apuraram que esses "elementos estranhos" são, na verdade, um conjunto de cabos de aço que em tempos terão servido para ligar a armação de pesca às âncoras. No caso do achado de Olhão denotam-se ainda elementos cerâmicos de “uso doméstico, pesos de rede e elementos construtivos de estruturas habitacionais” escreve a DGPC em comunicado.

“As armações testemunham uma arte de pesca de armadilha constituída por quilómetros de redes verticais sustentadas por estacas, bóias, cabos e âncoras", lê-se no documento. "Estes elementos criavam um sistema labiríntico de corredores que conduzia os peixes até à área de pesca (copagem).”

Ainda segundo os técnicos, “embora exista notícia de armações desde a época islâmica, estes aparelhos de pesca desenvolveram-se sobretudo entre meados do século XIX e meados do século XX” e ao que foi apurado seriam utilizados na pesca do atum. “As últimas armações encerraram na década de 70 do século XX, sendo hoje possível visitar alguns desses vestígios na Praia do Barril, em Tavira” indica a DGPC.

“Após ter conhecimento destes achados fortuitos, o CNANS/DGPC assegurou a fundamental articulação com os achadores e a elaboração dos autos de achado fortuito", é adiantado. Para além disso, foram criadas "sinergias com os investigadores desta temática e [com] as associações de defesa patrimoniais locais, nomeadamente a Associação de Defesa de Património Grémio Hereditas, com a arqueóloga Brígida Baptista, do Lais de Guia – Associação Cultural do Património Marítimo, e com os gabinetes de arqueologia e museus das autarquias de Olhão e Loulé”.

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