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Mundial de Futebol

Portugal entra a perder de goleada com a Espanha, mas quando é a sério empata

15 jun, 2018 - 07:00 • João Carlos Malta

Mostra a estatística que os portugueses têm razões para ficar deprimidos: o domínio espanhol é arrasador. Mas se limitarmos a análise aos últimos 20 anos ou aos jogos em grandes competições internacionais, as contas já são outras. Aí, o equilíbrio entre Portugal e Espanha é a nota dominante.

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Portugal vai entrar esta sexta-feira no relvado do estádio Ficht, em Sochi, para o seu primeiro jogo do Mundial de 2018. Vai defrontar-se com Espanha por volta das 19h em Lisboa e, se a estatística fosse determinista, o mais provável é que o resultado final fosse uma derrota da equipa das quinas.

Em 35 jogos entre as duas seleções da Península Ibérica, Espanha ganhou quase metade (16), registaram-se 13 empates e Portugal venceu por seis vezes. Contas feitas, a seleção nacional apenas soma vitórias em dois de cada dez jogos com os rivais espanhóis. Em relação aos golos, Espanha marca em média o dobro dos golos de Portugal quando se defrontam no relvado, na ordem dos dois contra um.

Os grandes números até podem deixar os portugueses deprimidos, mas um olhar mais fino sobre a estatística abre espaço a mais esperança dos portugueses. Nas grandes competições internacionais (Mundiais e Europeus), Portugal consegue equilibrar as contas.

Em campeonatos da Europa, já ocorrem três jogos entre as duas seleções e registou-se uma vitória para Portugal (golo de Nuno Gomes no Euro 2004, realizado em Portugal) e dois empates. Isto sem esquecer que o último, no Europeu de 2012 − que marca também o encontro mais recente entre as duas equipas − valeu a saída de Portugal da competição que se realizou na Polónia e na Ucrânia.

O jogo terminou 0-0 e no desempate por penalties, Patrício até travou o primeiro espanhol (Xavi Alonso), mas logo a seguir Moutinho deixou tudo igual ao falhar também. Quando Bruno Alves enviou a bola à trave e Fàbregas não perdoou, a Espanha assinou a passagem à final da competição, da qual sairia vitoriosa.

Em campeonatos do Mundo, a Espanha tem vantagem com uma vitória por um a zero em 2010, na África do Sul, em que o golo de David Villa, aos 63 minutos, arrumou com o sonho de Portugal. A Espanha viria a ganhar esse Mundial ao vencer a final na Holanda.

Nesse jogo entre Portugal e Espanha ficou célebre o desabafo de Cristiano Ronaldo depois da derrota nos oitavos de final. O selecionador Carlos Queiroz era o visado, tal como a tática defensiva que escolheu adotar.

Há um outro ângulo a alumiar as esperanças de Portugal para este encontro, se restringirmos a análise aos últimos 20 anos. Nesse período, foram disputados seis jogos entre portugueses e espanhóis e aí o equilíbrio é total: duas vitórias para cada lado e dois empates.

Foi, aliás, nesse intervalo de tempo, mais precisamente em 2010, logo depois da derrota na África do Sul, que a equipa portuguesa obteve a maior vitória da história dos duelos ibéricos em campo. Na Luz, Portugal venceu por 4-0.

Carlos Martins, Postiga por duas vezes e Hugo Almeida foram os artistas de uma noite mágica para Portugal.

No rol dos jogos de boas memórias para a equipa nacional é impossível esquecer a vitória na fase de grupos do Euro 2004.

Portugal perdera o jogo de abertura no estádio do Dragão com a Grécia e, depois de uma vitória com a Rússia, o jogo com a Espanha no Estádio da Luz era decisivo.

Na partida tensa e dividida, com ligeiro ascendente luso, ficou gravado para a eternidade o momento de sonho de Nuno Gomes. A jogada começa em Luís Figo, que passa a bola para a cabeça da área onde o avançado recebe o esférico de costas para a baliza. O ponta de lança rodou sobre o defesa e disparou forte, rasteiro e ao canto da baliza do desamparado Iker Casillas.

O estádio ficou em delírio e Portugal passou aos quartos de final. Espanha, essa, ficou pelo caminho.

A história dos confrontos começa em 1921 com uma vitória espanhola por 3-1, sendo que Espanha conseguiu a vitória mais dilatada da história ao ganhar por 9-0 na qualificação para o Mundial de 1934.

Certo, certo - ou melhor, quase certo - é que haverá golos ao cair da tarde. A previsão é nossa ou não fosse um facto que só em dois jogos é que isso não aconteceu.

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  • Manuel Almeida
    15 jun, 2018 Braga 15:38
    Não podemos distrair-nos com a saída do Lopetegui. Esta Espanha vale pela qualidade dos seus jogadores, que jogam nas melhores equipas e nos melhores campeonatos da Europa. Vários são Bicampeões da Europa e Campeões do Mundo. Esta experiência é muito importante e pode fazer a diferença. Força Portugal!

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