15 jun, 2018 - 12:00
As fotografias estiveram mais de 50 anos fechadas na residência de Frida Kahlo e foram retiradas de um arquivo que contém cerca de 6.500 fotos intimistas e reveladoras da vida e obra de uma das figuras mais importantes do panorama artístico e político do séc. XX.
Desde a primeira apresentação, na Cidade do México, em 2009, a exposição já percorreu o mundo e soma mais de meio milhão de visitantes. O próximo destino é a cidade do Porto, antes de seguir para os antípodas, em direção à Austrália.
A gestão mundial da exposição é coordenada pela “Terra Esplêndida”, sob a curadoria de Pablo Ortiz Monasterio, fotógrafo mexicano, com a direcção de Hilda Trujillo Soto, directora do Museu Frida Kahlo.
Quando Frida Kahlo morreu, em 1964, o seu marido, Diego Rivera, decide doar a casa onde eles viveram ao povo do México, transformando-a numa casa- museu, aquilo que hoje é o Museu Frida Kahlo - “A Casa Azul”.
Rivera selecionou alguns objetos e obras da artista, fechou tudo o resto numa casa de banho e entregou as chaves a Dolores Olmedo, amiga de Frida, acabando por lhe pedir que só abrisse a casa de banho quando passassem 15 anos da sua morte.
Diego Rivera acaba por morrer em 1957. Passados os 15 anos, Dolores Olmedo decide não abrir a casa de banho. Só 50 anos depois, a atual diretora do Museu Frida Kahlo abriu a porta, descobrindo "um verdadeiro tesouro”: vestidos, objetos pessoais - como óculos e pentes -, as caixas onde a pintora guardava os medicamentos e também um conjunto de 6.500 fotografias.
O fotógrafo optou por selecionar 241, dividiu a exposição em seis secções e é dessa forma que vai ser apresentada no Centro Português de Fotografia, a partir de 6 de julho e até 4 de novembro.
A primeira secção, “Origens”, leva-nos a conhecer os pais e a infância de Frida. “Casa Azul” demonstra o sítio onde a artista viveu com Diego Rivera, todas as pessoas que foram importantes na sua vida em conjunto. Na terceira secção, “Política, Revoluções e Diego”, são expostas fotografias da influência que estes três fatores tiveram na vida e obra da artista irreverente. “Corpo Acidentado” não deixa os visitantes indiferentes àquele que foi o acidente que Frida Kahlo sofreu, aos 18 anos. A quinta secção, “Amores”, demonstra o relacionamento, por vezes conflituoso, de Frida com Rivera. Por último, “Fotografia” representa uma das paixões de Frida Kahlo, herdada pelo pai.
“Visitar esta exposição é entrar na intimidade da Frida Kahlo e conhecer ao pormenor o que foi a vida da artista”, diz à Renascença Rui Pereira, responsável da "Terra Esplêndida".
Em 2012, a exposição de fotografias da pintora mexicana foi acolhido pelo Centro Cultural de Belém, e a organização pretende ultrapassar o número de visitantes que teve em Lisboa.
As entradas são pagas e parte da receita vai reverter para a Associação Salvador, que apoia pessoas com deficiência motora