06 jun, 2018 - 12:42 • Isabel Pacheco
A presidente da Associação Portuguesa de Demografia (APD), Filomena Mendes, considera “irreversível" a curto-prazo o cenário de diminuição da população portuguesa, traçado num relatório da Comissão Europeia, divulgado esta terça-feira.
“As
pessoas vão entrar mais tarde no mercado de trabalho e, porque são cada vez
menos, as gerações vão ter menor dimensão e isso vai fazer com que haja uma
maior pressão sobre a Segurança social, a Saúde e a própria Educação”, antevê Filomena Mendes, em declarações à
Renascença.
Perante este quadro “irreversível num futuro próximo”, exige-se “novas regras” para responder a
“uma sociedade efetivamente diferente”. Além de medidas de à natalidade, a presidente da APD defende a criação de incentivos à Imigração como um dos caminhos para enfrentar o problema.
“A imigração, se for em idades ativas e jovens, tem um duplo efeito, porque aumenta a população, aumenta os efetivos e também pode aumentar a natalidade, porque vamos ter mais filhos de pais imigrantes”, argumenta.
Para a especialista em demografia, no caso português, o apoio à natalidade, o incentivo à imigração e o desincentivo à emigração podem ser “contributos muito utéis” para atenuar o declínio demográfico e o envelhecimento “extremamente acentuado” da população.
Segundo o relatório do envelhecimento publicado pela Comissão Europeia, Portugal terá em 2070 apenas oito milhões de habitantes, menos 23% que a atual população que, por sua vez, viverá mais anos: até aos 90 anos, no caso das mulheres, e até aos 86 no dos homens.